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O tomate está presente em diversos
mercados, e atende os ramos alimentícios e industriais devido às suas inúmeras
variedades. Essa diversidade contribui para o desempenho da economia, para o
investimento em pesquisas e em tecnologias de manejo, adubação, produção e
desenvolvimento de novas cultivares.

O fruto se destaca, ainda, por se situar
entre as hortaliças mais apreciadas e consumidas no Brasil e no mundo, sendo
uma rica fonte de vitaminas A e C, potássio e compostos com propriedades
antioxidantes, como carotenoides, principalmente o licopeno.

Expansão

A produção das diversas variedades de
tomate está em crescente expansão, sendo a safra de 2020 estimada de 3.939.620
toneladas de tomate fresco, segundo o IBGE, suficiente para suprir a demanda
nacional. Contudo, no setor industrial as importações ocorrem o ano todo e variam
conforme a necessidade.

Os elevados estoques das indústrias
processadoras, devido à boa produção em 2017 e 2018 e à alta no dólar,
reduziram as importações de polpa de tomate em 18% neste ano frente ao ano
anterior, tendência que tem sido seguida a cada ano.

Nesse cenário, a aposta é em cultivares
consideradas gourmet, como os tomates da linha ‘grape’ e ‘cocktail’. A
aceitabilidade de tomates gourmet tem crescido cada vez maior, assim
como os investimentos neste nicho de mercado, uma vez que este oferece
variedade quanto a cores, formatos e sabores, apresentando produtos
diferenciados.

Geralmente a demanda desses tomates ocorre
principalmente em grandes cidades e capitais, onde se concentra a maior parte
dos mercados especializados.

Destaque

Quando o assunto é tomate gourmet,
os tomates ‘grape’ e os ‘cerejas’ aparecem em destaque por sua qualidade,
sabor, aparência e formato, que agradam tanto a indústria alimentícia quantos
as donas de casa.

Pela facilidade de consumo, essa linha tem alcançado
ainda o público infantil e se tornado até parte da merenda escolar. O grau
Brix, medida que calcula o teor de açúcar de frutos, gira em torno de 8º Brix
em tomates ‘grape’, o que confere a estes frutos um sabor mais adocicado em
relação aos tomates de mesa, que apresentam entre 4º e 6º Brix.

Opções de variedades

As variedades mais conhecidas de tomates gourmet
são o ‘tomate cereja’ e os ‘sweet grapes’. Os ‘sweet grapes’ possuem uma grande
variedade de cultivares, como os tomates da linha ‘Sungrape’ de cores
diferenciadas, como o ‘Sungrape Amarelo’ e o ‘Sungrape Marrom’.

O tomate ‘Sungrape’ é caracterizado como
uma variedade vigorosa, uniforme, com grande potencial produtivo e resistente
ao Fusarium, com cachos geralmente separados em dois, com 15 a 30 frutos
por cacho.

Os frutos têm um peso variando de 10 a 25 g
e um diâmetro transversal máximo de 30 mm. Além disso, apresentam grande doçura
(8 – 10° Brix). Atualmente, algumas sementes desta variedade estão disponíveis
no mercado, com uma grande diversidade de cores que variam de vermelho,
amarelo, marrom ao laranja.

Cuidado!

Antes de dar início ao plantio do tomate, é
preciso que uma análise de solo seja feita, pois este precisa ser bem drenado e
apresentar relevo suave. A análise de solo indicará a necessidade de se
realizar os processos de correção, com o uso de calcário e/ou adubos, antes do
início do plantio.

O plantio é feito em cova ou em sulcos,
onde, junto das mudas, serão adicionados os adubos químicos ou orgânicos. O
cultivo de tomates especiais é realizado a partir de sementes híbridas,
resultantes do melhoramento genético e, por isso, devem ser obtidas de empresas
de confiança e com garantia de qualidade.

Qualidade em
primeiro plano

A qualidade das sementes utilizadas garante
padronização, qualidade, vigor e potencial de germinação elevado. As mudas
devem ser preparadas com 20 a 30 dias de antecedência ao plantio e estarão
prontas para serem transplantadas para a estufa, vasos ou lavouras quando
apresentarem de quatro a seis folhas definitivas.

Se optado por fazer o plantio em lavouras,
o espaçamento utilizado para o plantio poderá ser de 30 a 60 cm na linha e 80
cm a 1,0 metro entrelinhas. Essas cultivares de tomates especiais são delicadas
e necessitam de temperatura controlada e baixa umidade.

O cultivo pode ser realizado durante todo o
ano em regiões de clima ameno. Os tomates ‘Sungrape’ possuem mudas vigorosas e
com ótima sanidade foliar, conseguindo assim excelente longevidade até a
colheita.

O plantio em vasos utilizando substratos
inertes é outra opção de plantio, usado principalmente quando o solo apresenta
pragas que atacam as raízes do tomateiro.

Cultivo
protegido

Os tomates do segmento ‘grape’ e do tipo
‘cereja’ são cultivados principalmente em sistema protegido, visando o uso
racional da água, controle de pragas e doenças, principalmente a segurança
alimentar.

É necessário que haja pelo menos 70% de
luminosidade durante todo o dia, para que seja possível o crescimento da
planta. As estufas funcionam como proteção ambiental e permitem controle total
da produção, desde a temperatura, umidade e, principalmente, impedindo ataques
de espécies invasoras transmissoras de doenças.

As estufas podem ter sua estrutura metálica
ou de madeira cobertas com plásticos, que permitem a incidência solar e
facilitam o efeito térmico do ambiente.

A cultura do tomate é sensível a mudanças
climáticas, porém, devido ao cultivo predominantemente em ambientes controlados,
as condições climáticas não interferem diretamente na produção, possibilitando
que se mantenha a produção durante quase todo o ano.

Tratos culturais

Outra questão muito importante sobre o
tomate cereja é que a maior parte das cultivares é de crescimento
indeterminado. Portanto, é necessário fazer podas de crescimento para que a
planta possa produzir frutos de melhor qualidade. Quando a planta registra um
crescimento excessivo, uma solução é utilizar fitilho, com uma técnica que
“amarra” o caule da planta em uma base de arame.

A irrigação por gotejamento é indicada para
a produção de tomates especiais, pois possibilita a alta eficiência do uso de
água, baixa utilização de mão de obra, além de permitir a fertirrigação.

O monitoramento ideal da temperatura, de
pragas e doenças e a utilização de fertilizantes corretos são pontos
fundamentais para que se agregue valor ao produto final. Investir no
treinamento de toda a equipe também é muito importante, pois uma equipe bem
preparada para realizar todo o manejo do tomate gourmet implicará em um
produto com garantia de qualidade definida.

Ainda, a automatização da produção garante
a segurança de funcionários e do próprio alimento e pode ser utilizada pelo
pequeno, médio e grande produtor, e é hoje uma realidade entre os produtores de
tomate, tendendo a crescer cada dia mais.

Pragas e doenças

Como toda cultura, o tomate gourmet exige
uma atenção especial do produtor quanto a pragas e doenças, já que as perdas
podem acarretar altos prejuízos. As principais pragas são as moscas-brancas,
pulgões, tripes, brocas e lagartas.

Para o controle, é necessário um correto
manejo e identificação das pragas seguindo indicações agronômicas para
verificar a quantidade de insetos e, se necessário, fazer o controle químico,
mecânico ou biológico.

Mas, para um eficiente controle é
necessário observar os períodos de maior proliferação da praga, e também, se
possível, realizar o controle preventivo e curativo, sempre seguindo
recomendações técnicas. Os tomates ‘Sungrape’ amarelos possuem resistência à murcha
do fusário (Fusarium oxysporum f. sp. Lycopersici).

Erros

Os principais erros cometidos no cultivo de
tomate em estufa são evidentes no momento da colheita, pois os frutos do
tomateiro apresentam danos físicos ou distúrbios fisiológicos. As causas desses
problemas são diversas, no entanto, é importante ter uma consideração especial
em certas práticas, como a remoção imediata de restos de poda ou desfolhamento,
que aumentam os riscos de gerar problemas de pragas ou doenças.

Da mesma forma, uma amostragem inadequada
de análise de solo e/ou água dificulta o controle adequado do equilíbrio
nutricional da cultura. O fraco monitoramento e controle de parâmetros
ambientais dentro da estufa geram um ambiente propício à multiplicação de
fatores bióticos que afetam a produção, assim como o mau planejamento da
colheita, que podem levar à falta de mão de obra e à respectiva perda
produtiva.

Cada vez mais os melhoristas e
pesquisadores estão investindo em cultivares de tomates gourmet que se
diferenciem no mercado. O apelo do consumidor é o que fomenta, principalmente
por tomates que possuam compostos antioxidantes e auxiliem na prevenção de
doenças causadas pela ação de radicais livres.

A procura é por tomates que sejam
produtivos, resistentes, adocicados e nutritivos. Quando o assunto é tomate gourmet,
o consumidor não mostra obstáculos em pagar mais pela maior qualidade do
produto, e isso é um prato cheio de oportunidades para o produtor.

Colheita

A colheita é realizada de forma manual e
deve acontecer preferencialmente quando os frutos estiverem livres de umidade,
sendo preferível a realização em horas mais frescas do dia e sendo necessário
que se mantenha o produto colhido em locais sombreados.

A colheita ocorre aproximadamente dois
meses após o transplante, dependendo da variedade. Recomenda-se que o corte das
frutas aconteça quando a mudança de cor começar de verde para vermelho pálido,
pois a firmeza deste ponto de colheita minimiza os danos mecânicos associados à
cadeia de produção.

Para tomates ‘Sungrape’ de coloração
diferenciada, a colheita deve ser realizada 100 dias após o semeio, quando os
frutos apresentarem aproximadamente 22 g. Essa variedade possui alto potencial
produtivo e uma excelente vida de prateleira.

Investimento x
retorno

Para se destacar no mercado de tomates gourmet
é preciso investimento em tecnologias inovadoras para produções de alta
qualidade, desde o campo até a embalagem, que devem ser modernas e atrativas
para o consumidor.

O retorno financeiro é imediato, pois a
procura por este produto diferenciado é constante. Mas, o produtor deve
despender parte do lucro dividindo os gastos em despesa fixa (80% do total das
despesas), associada ao uso de mão de obra e depreciação permanente e despesa
variável (20% do total das despesas), associada à preparação da terra,
irrigação, mão de obra, colheita e insumos.

Para produzir um hectare de tomate de mesa,
as despesas giram em torno de R$ 50 mil. Os insumos representam fatia considerável
desses gastos, além dos agrotóxicos, da mão de obra e de toda parte da
infraestrutura.

Embora o investimento inicial seja alto,
investir em variedades gourmet de tomates se tornou um ótimo atrativo de
mercado, com estimativa de retorno de R$ 20 mil por ciclo. O rendimento bruto
médio cresce os olhos do produtor, podendo chegar a R$100 mil por ciclo,
considerando as tecnologias para o cultivo.

Até que os tomates especiais estejam na
mesa do consumidor, o valor desembolsado pelo produtor pode ser até cinco vezes
maior em comparação ao que se tem para a produção de tomate convencional. 

A vantagem, contudo, é percebida no
mercado, já que um tomate convencional a granel custa cerca de R$ 5,00 e os
tomates especiais podem chegar a até R$ 25,00 o quilo. Dentre as linhas de
tomate gourmet, a vantagem em produzir os ‘sweet grapes’ também é
nítida, pois se o preço do ‘tomate cereja gira em torno de R$ 4,00 a bandeja de
250 gramas, o preço dos tomates ‘sweet grape’ varia, em média, a R$ 6,00 a
bandeja com 180 gramas.

Na Ceasa-MG, o quilo do ‘tomate cereja’
está avaliado em R$ 5,88, enquanto o tomate ‘sweet grape’ de coloração amarela
e marrom está R$ 8,88/kg. O tempo que a unidade produtiva deve operar para
recuperar o investimento fixo é de pouco menos de quatro anos.


Grande
demanda por tomates gourmet

Taciana Maria GuimaroEngenheira agrônoma, proprietária e consultora da Consultoria Taciana Guimarocontato@tacianaguimaro.com.br

Maria Luiza BatistaEstagiária
em Agronomia – Consultoria Taciana Guimaro

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) é o órgão que realiza a avaliação de consumo per capita com
dados mais confiáveis por meio da Pesquisa de Orçamento Familiar. Em pesquisa
recente, os resultados revelam que a aquisição de tomate de mesa para consumo
domiciliar per capita anual é de 4,9 kg. Esta pesquisa também detectou
que o consumo de tomate de mesa está atrelado ao poder aquisitivo da população,
ou seja, quanto maior a renda familiar, maior é o consumo deste tipo de
produto.

No segmento de tomate de mesa temos alguns
tipos de tomate que são produzidos para atender este perfil de consumidor:
tomate tipo italiano ou saladete, tomate tipo grape, tomate tipo cocktail e
tomate tipo holandês.

Esta classificação está relacionada com o
formato dos frutos e à forma como são colhidos, ou seja, o tomate tipo saladete
ou italiano e o tomate tipo grape são colhidos de forma individual, enquanto o
tomate tipo cocktail e o tipo holandês são colhidos em pencas.

O tipo grape possui diversas variedades de
cores e sabores, mas sua principal característica é o sabor mais adocicado dos
frutos. Neste segmento gourmet, as cores que estão ganhando espaço são o
amarelo (sungrape) e as variedades de coloração marrom.

O tipo cocktail vem se destacando por seu
sabor e por serem comercializados em penca, garantindo um apelo comercial por
ter uma grande apreciação visual.

Estes tipos de tomate garantem uma maior
segurança de retorno do investimento ao produtor por não sofrerem oscilação de
preços tão significativa ao longo do ano, como os tomates tipo salada que
sofrem principalmente por influência do clima, ou seja, este tipo salada em
épocas críticas de produção (verão) tem uma menor oferta de produto e também
menor qualidade por ser cultivado em campo aberto e, consequentemente, sofrerem
ação direta da chuva.

Especialidades

O tomate da linha gourmet ou
especialidade é produzido ao longo do ano todo, e por isso é cultivado em
ambiente protegido – estufas. O uso destas estruturas garante maior segurança
fitossanitária e alimentar, além de sabor adocicado (maior percentual de brix
nos frutos).

Por serem variedades que têm um maior custo
da semente e serem mais sensíveis quanto à oscilação climática, é recomendado o
investimento em estrutura de cultivo, ou seja, as estufas. Uma das
características principais destas estruturas é possuir pé direito alto (atualmente
os projetos têm sido desenvolvidos com 5,10 m de pé direito).

Tem-se recomendado o uso de telas de
sombreamento interno com tecnologia que promovem um melhor arrefecimento da
estufa, visto que a temperatura ideal de cultivo para esta espécie são de 28°C.

Segurança
alimentar

A segurança alimentar é um dos piores fatores
do mercado consumidor, e com isso tem-se adotado técnicas de manejo biológico
para prevenção e controle de pragas e doenças nas plantas de tomate gourmet.

Tem-se usado microrganismos benéficos para
prevenção de doenças radiculares e foliares, e também óleos essenciais como
estratégia de manejo natural no controle de pragas e doenças. O uso de
armadilhas é uma alternativa de manejo que também vem sendo bastante adotada.

Os principais erros que eu, como consultora,
percebo, é o uso de variedade que não tenha uma adaptação climática para a
região de cultivo em questão, o uso da mesma concentração de fertilizantes
durante todo o ciclo de cultivo, o não conhecimento de manejo de irrigação do
cultivo em substrato, sendo muitas vezes fornecida água em excesso ou em
déficit para as plantas, criando condição favorável para o desenvolvimento de
pragas e doenças.

Outro erro bastante comum é quanto ao
manejo das plantas, ou seja, o processo de desfolha sem critério técnico, de
forma muito precoce ou muito constante, e outras vezes retirar muitas folhas
das plantas, interferindo diretamente no seu desenvolvimento e,
consequentemente, na sua produtividade.

Fazenda ItuaúQualidade leva à rentabilidade

A Fazenda Ituaú, localizada em Salto (SP),
tem uma área de produção com 15.000 m2 de estufas agrícolas, onde
são produzidas 12 variedades de tomates gourmets. Cyro Cury Abumussi,
proprietário da fazenda, conta que as variedades de frutos pequenos (15 a 40 g)
produzem, em média, 4,0 g/planta e as variedades de frutos maiores (100 a 200
g), em média, 8,0 kg/planta. “Para estas, temos uma rentabilidade média de
45%”, entrega.

Entre as variedades de tomates gourmets
produzidas na Ituaú estão: holandês em rama, pomodoro, grape vermelho e
amarelo, tigre, picolitto, coquetel, chocolate, cherry vermelho e amarelo,
caqui e momotaro.

O período mais favorável para o plantio é
de maio a outubro, mas Cyro Abumussi conta que planta o ano todo. “A tecnologia
que usamos é o plantio no sistema semi-hidropônicos em vasos e slabs, sendo que
este último tem apresentado excelentes resultados, superando a produtividade do
cultivo em vasos”, pontua.

Outra tecnologia muito interessante é o
plantio com ‘mudão’, em que as mudas ficam se desenvolvendo por um tempo maior
no viveiro de mudas (até 60 dias) e, com isso, acelera o início da colheita.

Aberta a
novidades

A fazenda está testando diversos tamanhos
de potes para conseguir fazer três ciclos de tomate no período de um ano.
“Estamos na contra mão dos outros produtores, que tentam alongar ao máximo o
ciclo das plantas. Aqui o objetivo é limitar o crescimento das plantas de
frutos médios/grandes em 10 floradas e captar o ponteiro para limitar o ciclo
das plantas”, entrega o empresário rural.

Para obter sucesso na atividade, ele
enumera um pacote de ações:

1- Olhar para a propriedade como empresa,
fazendo uma boa gestão do negócio;

2 – Atualizar os sistemas de produção
sempre que possível;

3 – Testar variedades anualmente para
conhecer a evolução da genética;

4 – Ler muito sobre o assunto;

5 – Ter um manejo sustentável e seguro;

6 – Buscar o melhor sabor dos frutos;

7 – Criar uma identidade do seu produto;

8 – Conhecer o mercado;

9 – Posicionar bem o produto;

10 – Ter bom relacionamento com os clientes
intermediários;

11 – Fidelizar o cliente final;

12 – E, para fechar, treinar e valorizar
sua equipe.

Palavra de quem
entende

“Na Fazenda Ituaú fazemos todas as nossas
mudas porque conhecemos o time do nosso negócio. A adubação é
equilibrada e injetada no sistema de irrigação diariamente, o manejo
fitossanitário é 90% orgânico, porque existem no mercado excelentes produtos
biológicos e predadores naturais que permitem um excelente trabalho, a atenção
com a saúde das plantas é diária e a colheita só acontece quando os frutos
estão maduros e saborosos”, conclui o experiente produtor Cyro Abumussi.


OrgânicosDo
campo para a mesa

Alex Tetsushi Watanabe Nakaya é produtor
rural em Capão Bonito (SP), no Sítio Watanabe. Atualmente, ele tem 11.000 m² de
produção de tomates gourmet, sendo sua produtividade de 5,0 kg por planta de
tomate tigre, 4,5 kg de tomate verônica (tipo heirllom) e 5,5 kg de tomate
grape amarelo. Toda a produção possui certificação orgânica.

Ele pretende melhor ainda mais sua
produtividade com o manejo nutricional orgânico. “Nossa produção de tomates e
outros legumes é toda com certificação orgânica”, afirma o produtor.

Rentabilidade

Em estufas de aproximadamente 1000 m², Alex
alcançou rendimentos brutos que variaram de R$ 20.000 a R$ 50.000. “Há quatro
anos iniciamos cultivos com tomates especialidades a pedido do nosso cliente
(Rio Bonito Orgânicos). Como temos 12 estufas no momento, plantamos em várias
épocas para sempre termos o produto disponível. Mas, a época mais favorável
para transplantio na minha região seria no segundo semestre, a partir de agosto
até outubro, para ter melhores produtividades”, diz.

Todos os cultivos de tomates acontecem em
ambiente protegido, com sistema de fertirrigação. Ainda assim, Alex acredita
que no manejo orgânico ou convencional, ter um solo rico em matéria orgânica
influencia muito no resultado produtivo. E temos investido nesta questão,
fazendo os compostos orgânicos em nossa propriedade, adquirindo o esterco
bovino, resto de podas de árvores ou folhas secas, e fazendo o processo de
decomposição para formar o composto. Também estamos fazendo o bokashi, que é um
excelente adubo orgânico”, revela.

No preparo do solo, ele aplica em torno de
300 gramas de bokashi por metro de canteiro. “Outra técnica é auxiliar a
polinização da planta com um soprador ou balançando (chacoalhando) a condução
na parte da manhã. Isso ajuda no pegamento dos frutos. No início do outono, com
as temperaturas mais amenas e frias, fazemos mais a desfolha das plantas para
aumentar a ventilação e diminuir as chances de requeima”, ensina.

Contra doenças

Para ficar livre de doenças, o produtor
enxerta suas mudas com variedades resistentes a doenças fúngicas e bacterianas
do solo. “Pelo fato de focarmos em produzir tomates e outras solanáceas, temos
certa dificuldade de fugir da monocultura. Atualmente, cultivamos
especialidades como: mini-moranga, abobrinha ball Squash, mini-pepino snack,
mini-pimentão e mini-berinjela”, enumera.

Mosca-branca, traça, brocas e percevejos
são as preocupações de Alex, e para tal ele utiliza agentes biológicos: Beauveria
bassiana, Metarhizium anisopliae
e Bacillus thuringiensis,
que ajudam no controle dessas pragas. Ácaros também aparecem e podem prejudicar
a lavoura, e são controlados com neem.

Colheita e
comercialização

Alex seleciona e embala todos os tomates em
‘cumbucas’ que, segundo ele, apesar de aumentarem o custo com embalagens e mão
de obra, o valor comercial se torna interessante. “Na minha opinião, o mercado
sempre procura oferecer novidades e produtos diferentes aos consumidores. E se
conseguirmos chegar a uma boa qualidade e desenvolver para melhorar a
produtividade, os tomates gourmet são uma opção muito interessante pelo
valor comercial diferenciado”, conclui.

Fonte: https://revistacampoenegocios.com.br