Daniel Gomes
Engenheiro agrônomo e pesquisador científico – APTA Regional – Secretaria de Agricultura e abastecimento do Estado de São Paulo
dg@sp.gov.br
A produção de cogumelos é uma atividade em expansão no Brasil. Atualmente, já encontramos cerca de 20 espécies de cogumelos no mercado brasileiro, sendo que três deles predominam na produção e consumo nacional – o champignon de paris, shiitake e o shimeji (Pleurotus spp).
Desafios tecnológicos
A maioria dos cogumelos produzidos e consumidos no Brasil é exótica, provenientes de países de clima frio e temperado, diferentes das nossas condições tropicais. Neste contexto, as casas de produção de cogumelos sempre foram um desafio tecnológico.
Fora do Brasil, estufas plásticas são amplamente utilizadas na produção de cogumelos, com um detalhe importante – na Europa e Ásia estas estufas plásticas são geralmente aquecidas, processo esse muito mais simples e barato do que refrigerar o interior de tais estruturas.
Em um passado recente, a produção de cogumelos no Brasil era realizada de maneira precária em barracões improvisados feitos com escoras de eucalipto recobertos de folhas de tetra pak, mesmo material das caixas de leite. Esses barracões, apesar de baratos, não ofereciam condições para uma boa produção de cogumelos.
Hoje em dia, a maioria dos fungicultores bem-sucedidos utiliza barracões de placas isotérmicas, de alvenaria e, em casos específicos, estufas plásticas.
Possibilidades
A produção de cogumelos em “estufas plásticas” no Brasil é possível, porém, limitada a algumas regiões e localidades de clima mais ameno, e a espécies e linhagens de cogumelos que tolerem temperaturas mais altas, como é o caso do shimeji (Pleurotus spp), que pode ser produzido em uma larga faixa de temperatura, que vai de 10 a 28ºC.
As tecnologias empregadas em estufas plásticas são bem diversificadas, mas algumas orientações básicas devem ser consideradas ao se utilizar tal tecnologia:
• A estufa deve ser ergonômica e bem planejada para produção de cogumelos;
• A estufa deve ter sistema de ventilação eficiente para trocas gasosas em seu interior;
• A estufa não deve permitir a ocorrência de poeira em seu interior;
• A estufa deve, na medida do possível, ter “pressão positiva” em seu interior, minimizando assim a entrada de poeira e contaminações externas;
• Possiblidade de controle de umidade na estufa;
• Telas reflexivas e/ou de sombreamento para proteger os cogumelos, afinal, a maioria não tolera pleno sol;
• Que a estufa seja muito bem fechada para impossibilitar a entrada pragas e doenças.
Sucesso do fungicultor
Ademais, cada tipo de cogumelo requer condições muito especificas para seu desenvolvimento. O sucesso do fungicultor estará condicionado a manejar e conhecer a necessidade do fungo cultivado em associação às tecnologias aplicadas na produção.