São inúmeros os percalços pelos quais os produtores rurais precisam passar para manter a sua produtividade. O cultivo protegido surge como uma excelente estratégia para driblar alguns desses desafios, como as condições climáticas, por exemplo. Entretanto, outras adversidades ainda persistem, e, fazer o monitoramento de pragas é essencial para que as perdas sejam minimizadas.
O plantio de vegetais em estufas agrícolas é uma prática originalmente desenvolvida para evitar os estragos causados pelas intempéries. Contudo, ela abrange outros benefícios tais como a possibilidade de cultivo fora da época, a proximidade aos centros urbanos e a diminuição do uso de defensores químicos.
Todavia, o cultivo protegido exige mais conhecimento técnico do produtor. Por isso, elaboramos este artigo com algumas informações importantes sobre o monitoramento de pragas e outras ações que envolvem essa prática rural. Boa leitura!
Quais são os tipos de cultivo protegido?
A técnica não é, exatamente, uma novidade no Brasil, mas há alguns anos os investimentos têm sido intensificados, visto que as vantagens são numerosas e multidirecionais. O cultivo protegido ainda é incipiente, porém, o produtor que decide adotá-lo encontra, com facilidade, portas abertas no mercado consumidor.
Veja a seguir os tipos de plantio protegidos existentes:
Cultivo protegido sobre o solo
O plantio é realizado de maneira semelhante ao tradicional, porém, com as plantas protegidas. Uma vez que elas não recebem água da chuva, a fertirrigação é utilizada para nutrir os vegetais (além de irrigá-los), diminuindo os custos e aumentando a eficiência da produção.
Cultivo protegido em substrato
Método escolhido principalmente quando há problemas relacionados ao solo como doenças, compactação ou salinização (entrave comum no cultivo protegido sobre o solo devido à falta de drenagem). O substrato deve ser totalmente inerte, com características físicas específicas para favorecer o crescimento das raízes.
Cultivo protegido em hidroponia
Sistema de plantio em que o solo ou substrato é substituído por uma solução nutritiva. O método mais utilizado no país é o NFT (Nutrient Film Technique, ou técnica do fluxo laminar de nutrientes), que acomoda as raízes em tubos para receberem, intermitentemente, uma solução com todos os elementos essenciais aos vegetais.
Como fazer o monitoramento de pragas no cultivo protegido?
Como dito anteriormente, o cultivo protegido de hortaliças oferece uma série de vantagens ao produtor rural. Porém, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o fato da plantação estar isolada do ambiente externo e, portanto, alheia à escassez ou ao excesso de chuvas, às geadas ou aos efeitos inexoráveis do sol e das altas temperaturas, o sistema é vivo e sua dinâmica deixa as culturas vulneráveis ao ataque de pragas.
Por isso, é preciso ter profundo conhecimento sobre o método para não ser pego de surpresa, e, para que quaisquer ajustes necessários durante a produção sejam bem planejados e executados de modo a minimizar as perdas. Veja, a seguir, as informações que destacamos para você.
1. Instalação de barreiras físicas
O filme agrícola, por si só, já dificulta bastante o acesso de inúmeras pragas de lavouras tradicionais, como os insetos de importância econômica. Porém, alguns grupos exigem um controle mais específico e eficaz.
A instalação de telas antiafídeos é ideal, bem como o uso de lonas plásticas. Essas últimas são acomodadas sobre o solo. Ainda é possível fazer o uso combinado com lona amarela para dispersar algumas espécies de insetos.
2. Redução da temperatura
O controle da temperatura é um dos benefícios do cultivo protegido. O Brasil, com sua diversidade climática, utiliza as estufas agrícolas para diferentes fins, que dependem da região de produção. No Sul, por exemplo, a proteção garante temperaturas mais altas à plantação. Mas isso não significa que, tal como nas demais regiões do país, a temperatura interna não deva ser cuidadosamente controlada.
As baixas temperaturas são uma tática simples e eficaz para o monitoramento de pragas, pois, muitos seres vivos precisam de níveis ótimos (e específicos) para se desenvolver, tal como os insetos, que se tornam muito menos ativos em tais condições.
3. Plantio de mudas resistentes
Um bom começo para garantir o monitoramento de pragas no cultivo protegido é adquirir mudas saudáveis, sem nenhum resquício de doenças anteriores ou a presença de qualquer organismo patogênico. Além disso, é uma ótima decisão investir em cultivos que já têm características selecionadas para serem mais resistentes às pragas e às doenças regionais.
4. Manutenção da limpeza da área de cultivo
É fundamental que se preserve a limpeza das bancadas e se retire os restos vegetais após as colheitas anteriores do interior da estufa. A matéria orgânica acumulada facilita a proliferação de fungos, bactérias, insetos e outros agentes com potencial patogênico. A pulverização de dióxido de cloro a 10% antes do próximo plantio pode ser providencial.
5. Domínio sobre a biologia do cultivo
Obviamente, é preciso ter ciência sobre a planta que se deseja cultivar para ter o máximo aproveitamento dela. Por isso, procure se informar sobre a fisiologia das espécies para, assim, oferecer as condições adequadas para o seu perfeito desenvolvimento.
6. Conhecimento sobre o inimigo
Para combatê-lo, melhor saber de seus pontos fracos, não é mesmo? Portanto, estudar a biologia dos seres vivos que estão atacando o plantio é o primeiro passo para acertar no monitoramento de pragas.
7. Aposta no manejo integrado de pragas
Um dos princípios do cultivo protegido é justamente a possibilidade de diminuir o uso de agrotóxicos. O manejo integrado de pragas entra nesse sistema com a sua estratégia de reduzir a população de invasores, sem eliminá-los completamente, mas sendo controlados biologicamente, restaurando o equilíbrio ecológico.
Assim, joaninhas podem ser inseridas na estufa para controlarem a população de pulgões, por exemplo, sem qualquer dano à planta cultivada.
Como você pôde perceber, o cultivo protegido de hortaliças traz inúmeros benefícios por dar a chance ao produtor de controlar as condições climáticas e por facilitar o monitoramento de pragas. Além de todas essas vantagens, temos a economia gerada com o uso racional de todos os recursos, somada à rentabilidade sobre as melhorias investidas. O resultado? Produtividade e lucro.