Mesmo quando há pastagens naturais ou artificiais, a pecuária brasileira enfrenta épocas nas quais são necessárias a suplementação alimentar do rebanho. Isso ocorre, geralmente, em função da estiagem. Dessa forma, é preciso providenciar uma boa silagem para gado de corte, leiteiro, semiconfinado, confinado ou, até mesmo, para o que precisa se deslocar a outros locais, como feiras e leilões.
Então, neste artigo, esclareceremos tudo sobre o assunto: a importância da silagem para o gado de corte, quais as misturas mais adequadas, quando a suplementação com volumoso é a melhor alternativa e as diferenças entre a silagem pura e a suplementada. Acompanhe!
Qual a importância da silagem?
A silagem é o produto que resulta da fermentação de planta forrageira. Ou seja, a vegetação é picada em pedaços pequenos e acondicionada em silos — estruturas próprias para essa finalidade. A ensilagem, quando feita de maneira adequada, garante que o produto possa ser conservado até ser consumido pelo rebanho.
Utilizar essa estratégia é extremamente importante, pois garante que o gado tenha alimento de boa qualidade durante todo o ano. Afinal, há períodos nos quais o pasto é precário e não supre as necessidades nutricionais exigidas pelos animais, principalmente pelos de corte.
Como a dieta está diretamente relacionada com a saúde e a boa produção do rebanho, é preciso que os animais sejam alimentados com uma silagem de boa qualidade. Além disso, há outros benefícios ao adotar essa estratégia:
- garante a boa nutrição dos animais em confinamento;
- contribui para o aumento da produção ou sua manutenção, mesmo em épocas de seca;
- possibilita o armazenamento de grande volume de alimento em espaços reduzidos;
- permite manter maior número de animais por unidade de terra.
Por que utilizar silagem para gado de corte?
A utilização de uma silagem de boa qualidade é fundamental, especialmente para o gado de corte. Afinal, como já mencionado, a alimentação é que define a rentabilidade da criação — produção, desenvolvimento e reprodução.
A nutrição do rebanho representa cerca de 70% dos gastos da produção. Nesse sentido, a silagem é uma excelente opção. Isso porque ela agrega dois importantes fatores: seu custo é baixo se comparado a rações industrializadas e é extremamente rica em nutrientes exigidos para o ótimo desenvolvimento do rebanho.
Assim, a silagem é utilizada para a aumentar a produtividade, contribuindo para a engorda do gado, a manutenção do peso em períodos de seca e a melhora da reprodução. Em outras palavras, a alimentação é que dita a taxa de ganho de peso, a idade para o abate e para a primeira cria, fatores que determinam o lucro do pecuarista.
Quando complementar a alimentação do gado com silagem?
No Brasil, há basicamente duas épocas em termos de crescimento e qualidade do pasto: uma com crescimento acentuado e com consequente valor nutricional adequado, e outra com crescimento baixo ou nulo, sendo inadequada para o desenvolvimento animal.
Dessa forma, quando a criação é baseada somente nas pastagens durante o ano todo, há perda de peso durante épocas de estiagem, o que significa prejuízo para o pecuarista. Logo, quando o pasto encontra-se precário, pobre em proteínas e nutrientes, é necessário suplementar a alimentação do gado com silagem, a fim de obter índices máximos de produtividade.
Ainda, no caso de engorda, há a necessidade da mistura balanceada de silagem, cuja a quantidade e proporção da composição dependerá do tipo do volumoso, da espécie dos animais e dos resultados pretendidos.
Quais os tipos de mistura de silagem para gado de corte?
Primeiramente, é preciso ressaltar que há três principais vegetações utilizadas para a silagem para gado de corte: milho, sorgo e capim-elefante. O milho tem sido mais utilizado em função da alta produção de matéria seca por hectare, além de ser um alimento bastante energético.
Ainda, após a fermentação, torna-se mais palatável e com melhor digestibilidade, o que favorece a maior retirada de nutrientes pelos animais. Assim, a silagem pode ser oferecida pura ao rebanho, ou seja, apenas o alimento fermentado adequadamente, sem misturas ou aditivos.
Também podem ser oferecidas misturas, que são a combinação da silagem com outros produtos, como farelo de algodão, caroço de algodão, casca de soja, farelo de soja, polpa cítrica, ou, ainda, a mistura entre as silagens.
Ainda há a possibilidade de alimentar o gado com silagem suplementada, que é a adição de concentrados proteicos, vitamínicos e minerais ao produto da fermentação, como ureia, enxofre, fósforo, sal comum ou mineral, fosfato dicálcico, dentre outros. Sendo que a silagem de milho aliado à ureia e ao sal é a dieta mais utilizada para a engorda.
O que determina o tipo de mistura e suplementação, bem como os percentuais dos ingredientes na composição, é a qualidade da silagem, além da categoria do gado, de suas necessidades nutricionais, de seu estado fisiológico, da época do ano e dos resultados pretendidos. Ademais, se há alimentação por pastagem, também é preciso analisar sua qualidade e disponibilidade.
Somente com a observância de todos esses fatores é que pode-se determinar a melhor mistura e a necessidade de suplementação à silagem. Sendo assim, não há uma formulação pronta ou específica. Para obter a composição ideal ao seu rebanho, é essencial consultar um especialista.
Qual a quantidade de silagem que um animal adulto consome?
Matéria seca (MS) é o peso do produto descontando sua umidade produzida da fermentação, e seu consumo varia conforme a palatabilidade e qualidade da silagem. O cálculo da matéria seca é feito por meio da análise do produto e de sua umidade.
Mas, de forma geral, para se estimar a quantidade necessária de alimento diário, adota-se o equivalente a 2% do peso vivo (PV) do animal. Por exemplo: um boi que tem 400 kg de peso vivo consome 8 kg de matéria seca por dia, ou seja, cerca de 22 kg de silagem.
Enfim, é extremamente importante fornecer silagem para gado de corte, visto que as pastagens não contêm todos os nutrientes necessários para seu bom desenvolvimento e seu máximo rendimento. Além disso, é preciso ter volumoso em estoque para garantir a boa alimentação do gado, mesmo em épocas de seca, nas quais o pasto fica severamente comprometido.
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