Pesquisadores do Cold Spring Harbor Laboratory, com sede nos Estados Unidos, estão desenvolvendo um tipo de tomate específico para ser cultivado em ambientes urbanos.
Considerando que somente cerca de 11% da área terrestre do planeta é utilizada para agricultura – enquanto dois terços da população se aglomera nas áreas urbanas, que correspondem a 3% da Terra – os pesquisadores estão buscando meios mais eficientes para cultivar alimentos nas grandes cidades. Por isso, plantações verticais e na cobertura de prédios, são cada vez mais comuns.
Foi pensando nisso que este novo tomateiro foi criado. A equipe de pesquisadores do Cold Spring Harbor Laboratory ajustou dois genes que controlam a mudança para o crescimento reprodutivo e o tamanho da planta, e conseguiu fazer com que o tomateiro parasse de crescer, dando flores e frutos mais cedo.
O resultado são tomates que nascem de forma compacta e agrupada, lembrando um buquê. Além de ocupar menos espaço no cultivo, esses tomates amadurecem mais rápido que os tradicionais, produzindo frutos prontos para a colheita em menos de 40 dias.
A técnica, publicada nas últimas edições da Nature Biotechnology, ainda está sendo aprimorada mas, se tudo der certo, muito em breve qualquer pessoa poderá cultivar esses tomates, seja na cobertura de prédios ou em qualquer cantinho de uma varanda.
Eles são ecologicamente corretos!
A produção de alimentos nos centros urbanos ajuda a reduzir a pegada de carbono, que é causada, principalmente, pelo transporte de alimentos. Os novos tomates são um exemplo de alimento produzido e consumido localmente, reduzindo muito a pegada de carbono.
Isso é uma boa notícia para qualquer pessoa preocupada com as mudanças climáticas. O Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alertou no ano passado que mais de 500 milhões de pessoas estão vivendo em terras que sofrem com a desertificação. Essas áreas são mais vulneráveis às mudanças climáticas e eventos extremos, incluindo secas, ondas de calor etc.
Por isso, iniciativas como esta renovam a esperança de que a produção de alimentos possa se expandir cada vez mais para as áreas urbanas, tornando-se mais diversificada e acessível para mais pessoas.
Foto: Divulgação/Cold Spring Harbor Laboratory