Não é segredo pra ninguém que a jardinagem beneficia não só as plantas, mas também quem cuida das mesmas.
O processo de cultivo faz bem à saúde não só física, mas também mental. Tanto que a prática é utilizada em terapias e tratamento de pacientes de câncer.
A terapia horticultural defende que a jardinagem “ajuda a restaurar a saúde física e mental daqueles que trabalham a terra e assistem às sementes crescendo”, segundo definição da obra “Horticulture as Therapy, Principles and Practice”.
O trabalho defende que os primeiros registros de jardins utilizados como terapia vêm do Egito antigo, quando médicos da Corte prescreviam caminhadas em jardins do palácio para membros da realeza que estivessem mentalmente perturbados. Na virada do século 18 para o 19, clínicas dos EUA, Inglaterra e Espanha passaram a incorporar a relação entre humanos e plantas como forma de tratamento.
Trabalhar com plantas impacta a saúde pois é uma atividade física – Em 2011, Denmark-Whahnefried, um pesquisador da Universidade do Alabama, nos EUA, desenvolveu o programa Harvest for Health (“colheita pela saúde”, em uma tradução livre). Através dele, 12 pessoas que haviam sobrevivido ao câncer receberam apoio de especialistas para manter jardins em seus quintais. A assistência cobria o planejamento do que plantar, além de irrigação e controle de pragas. Todos apresentaram aumento de força, agilidade e resistência.
Há estudos que afirmam que o efeito de se exercitar em áreas verdes é significativamente melhor do que o de se exercitar em áreas não verdes. Para obter essa conclusão, os pesquisadores fizeram com que 100 pessoas divididas em cinco grupos corressem em uma esteira enquanto assistiam a cenas com ambientes rurais e urbanos marcados pelo verde e os mesmos cenários, porém já degradados. Depois disso, foram medidos através de testes psicológicos e médicos a pressão, a autoestima e o humor dos participantes.
O grupo que apenas se exercitou tinha a pressão sanguínea reduzida, o humor e a autoestima melhorados. Os grupos que se exercitavam observando ambientes verdes na cidade e no campo se beneficiavam de efeitos consideravelmente maiores sobre autoestime e humor do que esse primeiro grupo. E quem se exercitava em ambientes deteriorados tinha uma piora dos indicadores comparados com o grupo que apenas se exercitava.
Também foi comprovado que o contato com a terra produz serotonina. Para a maioria das pessoas, não é grande surpresa que estímulo e exercício trazem mais felicidade. No entanto, um estudo da Universidade de Bristol aponta para a possível relação entre felicidade e bactérias que vivem no solo.
Estudos recomendam 30 a 45 minutos de jardinagem três a cinco vezes por semana, como parte de uma boa estratégia para combater a obesidade. Se você anda sedentário e 45 minutos é muito tempo, você pode dividir o tempo em porções menores. Por exemplo , você pode fazer 15 minutos de manhã e 15 minutos no final da tarde. Desta forma, você também pode evitar o calor e umidade do meio-dia. Pesquisa mostram que os jardineiros têm um maior entusiasmo pela vida , dormem melhor, tem menores chances de ter osteoporose e diabetes.
Além dos benefícios físicos, a jardinagem pode fornecer alimentos frescos e saudáveis e a alegria de ver plantas crescerem. Quanto mais tempo você passa no jardim, mais você percebe quantas maneiras diferentes você beneficiar seu corpo, intelecto e alma com a jardinagem.