O cenário é alarmante: vivemos um dos verões mais quentes da história do país, em meio a um colapso hídrico que afeta centenas de cidades no Sul e Sudeste do Brasil. A crise é ainda mais preocupante para quem ama as plantas. Como a população não vem sendo informada sobre os motivos de estarmos nessa situação – São Pedro tem só uma mínima parcela de culpa –, de uma hora pra outra, os jardins passaram a ser vistos como luxo.
“Não vou gastar água com planta”, dizem alguns desavisados. Essa lógica não poderia estar mais equivocada, já que que a diminuição das áreas verdes é um dos principais fatores para estarmos vendo, hoje, tempestades violentas, muitos dias sem chuva, reservatórios vazios e outras consequências traumáticas para o planeta.
Nunca precisamos tanto das árvores, de uma pequena horta em casa, de envolver e mobilizar vizinhos, parentes e amigos para construírem cisternas. Se você ama as plantas como nós, ajude a repassar estas soluções para que a água seja usada com responsabilidade no jardim e nos vasos dentro de casa.
1. Bico gotejador
O que é: Trata-se de um dos modelos mais simples e baratos de irrigação, bom para vasos pequenos ou médios. Uma garrafa PET é rosqueada à boca do gotejador e o ajuste da velocidade em que a água cai se dá por uma rosca pequena. Para vasos maiores, use uma PET de 2 litros ou vários gotejadores espalhados.
Bom para: Ótimo se você costuma viajar e não tem quem cuide de suas plantas.
Quanto custa: 8,95
É fria: Não funciona em orquídeas – o substrato grosso não distribui bem a água.
2. Vaso auto irrigável
O que é: Disponível em três tamanhos e várias cores, possui embaixo um reservatório de onde a planta puxa a água. Para reabastecê-lo, a água é colocada por meio de um tubinho que fica perto da borda. Os modelos grandes podem dispensar regas por até duas semanas, dependendo da espécie cultivada.
Bom para: Hortas em vaso, especialmente verduras, que desidratam rapidamente.
Quanto custa: a partir de 9,75
É fria: Não serve para plantas de raízes vigorosas nem espécies grandes.
3. Irrigação com timer
O que é: Quem tem jardim com mais de 100m2 sabe que é inviável irrigar o terreno todo sem a ajuda de um sistema que distribua a água de maneira uniforme. Para automatizar esse processo, um timer vem bem à calhar: há vários modelos, mas todos permitem a programação de quantas vezes molhar e por quantos minutos.
Bom para: Gramados e áreas externas que já tenham sistema de irrigação.
Quanto custa: a partir de 58,00
É fria: Cheque vazamentos na torneira antes de instalar o timer.
4. Kit de micro irrigação
O que é: Sistema que pode ser instalado rapidamente sem necessidade de mão de obra especializada, vem com 24 gotejadores para abastecer tanto vasos quanto canteiros. É conectado a um ponto de saída de água, de onde abastece as plantas de forma lenta e gradual.
Bom para: Apartamentos com sacada, jardins em vasos e áreas pequenas.
Quanto custa: 199,00
É fria: Para áreas grandes, prefira um sistema de irrigação tradicional.
BOX: 9 maneiras gratuitas de economizar água no jardim
1. Recolha a água da chuva com baldes, panelas, garrafas PET, cisternas e qualquer outro recipiente telado. Essa água serve para as plantas e para a faxina.
2. A bacia em que deixou o feijão ficou de molho ou na qual as verduras foram lavadas tem água com uma porção de nutrientes. Use-a no jardim.
3. Diminua a quantidade de sabão em pó e amaciante que usa nas roupas – sem tantos produtos, a água que sai da máquina de lavar pode ir para os canteiros.
4. Agrupe os vasos: juntas, as plantas se beneficiam da umidade produzida durante a transpiração. Isso mantém os vasos úmidos por mais tempo.
5. Mantenha a terra arejada e bem adubada. Húmus de minhoca e composto orgânico ajudam a reter água sem encharcar as raízes.
6. Ponha no baixo os vasos suspensos por ganchos e correntes – quando estão no alto, eles desidratam mais depressa do que se ficarem num cantinho no chão.
7. Coloque folhagens delicadas em cima de pires com pedrisco e água. Nos dias quentes, a evaporação do pires manterá o vaso úmido sem a necessidade de rega.
8. Molhe o jardim de manhã cedinho ou no final da tarde, nunca nas horas de sol forte. Além de “cozinhar” as raízes, o sol intensifica a perda de água pelas folhas.
9. Não deixe a terra exposta em vasos ou canteiros. Plante ou cubra com pedras, casca de pínus, aparas de grama… Solo exposto perde água e nutrientes.