Perguntas frequentes: Rúcula em hidroponia e manejo da solução nutritiva

A rúcula é uma das folhosas mais comuns em cultivos hidropônicos e nesta matéria vamos trazer informações sobre o manejo da solução nutritiva. Conversamos com Wagner Dutra Pinheiro, Mestre em Fitotecnia, Doutorando da UFRGS e Professor de Biologia, que respondeu as principais dúvidas dos nossos leitores sobre este assunto. Acompanhe:

  • Quais os principais manejos na produção de rúcula hidropônica?

Assim como as demais folhosas, as diferentes variedades de rúcula possuem maior exigência de manejo da solução nutritiva, tanto em condutividade, como de temperatura do tanque. 

A faixa ideal é de 1.8 a 2 miliSiemens/cm, porém esses valores devem variar de acordo com a cultivar adotada, bem como com as condições climáticas. Por isso, é necessário realizar o teste de CE (condutividade elétrica) regularmente, utilizando medidor chamado Condutivímetro.

  • Minha produção sofreu no calor, o que pode ter acontecido?

Os maiores problemas relacionados à solução nutritiva para a rúcula, são provocados pela alta temperatura dos tanques nos períodos de verão, o que pode levar à destruição das células, pelo calor. Recomenda-se a utilização de condutividade elétrica de no máximo 1.85 dS.m-1 , assim como o aumento da relação entre número de plantas e volume de solução, para aliviar os efeitos do calor sobre os tanques.

Medidas como aumento do pé direito das estufas, boa circulação de ar, e o uso de telas termorefletoras são de grande contribuição para o bom desenvolvimento das plantas. Além disso, não é recomendado o uso de telas de sombreamento pretas. 

  • Qual a melhor solução nutritiva?

A formulação e concentração de nutrientes dependem de vários fatores, tais como estádio fenológico das plantas, época do ano (intensidade luminosa), temperatura do ar e a espécie vegetal, por isso não existe uma receita pronta.

Tendo em vista as diferenças genotípicas ambientais e das fases de desenvolvimento das culturas, faz-se necessário conhecer as concentrações mínimas e máximas que as plantas toleram no microclima de sua região.

Em 2010 o professor Osmar Santos, da Universidade Federal de Santa Maria, elaborou uma formulação específica para o cultivo de rúcula (solução Nova), que foi novamente testada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde se obteve produtividade de até 4kg/m², formulação recomendada para o cultivo desta planta na região Sul do Brasil. 

  • Minhas plantas estão com sinais de deficiência de ferro, mas a dose está alta. Como corrigir?

A rúcula é extremamente exigente em Ferro na solução nutritiva, mas as deficiências observadas nos cultivos, não estão diretamente relacionadas à baixa concentração deste elemento na solução, e sim dos fatores que estão impedindo a absorção dele. 

É comum observarmos relatos de produtores que mesmo aumentando as concentrações deste elemento no tanque as plantas não respondem bem, e até mesmo apresentam agravamento de quadro. Isto acontece quando o pH está fora da melhor faixa de absorção, que é entre 5 e 6. Quando temperatura e salinidade estão alteradas, esta absorção também pode ser afetada. 

Folha de rúcula com sinal de deficiência de ferro – clorose internerval (Foto: Wagner Dutra Pinheiro)

Folhas com sinais de deficiência de ferro apresentam clorose internerval nas folhas mais novas, já que o mineral é um micronutriente de baixa mobilidade.

  • Quantas sementes devo usar por molho?

São utilizadas densidades que variam de 10 a 40 sementes por cubo de espuma fenólica. No entanto, a competição pelos fatores de crescimento entre as plantas que compõem o molho, como radiação e nutrientes, podem alterar a forma e a estrutura das plantas. 

Estudos recentes demonstram que densidade acima de 20 plantas por molho configuram perdas expressivas em características comerciais importantes. Por isto, vale fazer testes com diferentes densidades, avaliando o desempenho ao longo do ciclo. Feito isto, estabeleça a melhor quantidade para sua produção.

Quer deixar sua dúvida ou contribuição sobre o assunto? Escreva nos comentários e até o próximo post!

Fonte: https://www.revistahidroponia.com.br