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O cultivo do eucalipto busca produzir indivíduos com
características específicas e uniformes, assim, o processo de produção de mudas
é vital para o sucesso do plantio. A técnica escolhida nesta etapa deve atender
as necessidades do produtor e ser adequada ao local de execução.
Independente da forma de produção, o resultado final deve
apresentar mudas de qualidade genética e fisiológica, que demonstrem condições
de sobrevivência e bom desenvolvimento no campo, resistindo ao estresse
ambiental e resultando numa produtividade satisfatória.
Para que haja sucesso neste processo, é preciso estar atento
a uma série de fatores e etapas que devem ser cumpridas independentemente do
método escolhido, para que se garanta a qualidade final das mudas.
Passo
a passo
A etapa de instalação do viveiro requer um planejamento
visando o objetivo da produção das mudas e a quantidade que se quer produzir. A
escolha do local deve levar em conta fatores como: inclinação do terreno,
drenagem, disponibilidade de água, proximidade das áreas de plantio, orientação
geográfica, proteção das mudas, entre outros (Oliveira et al., 2016).
O primeiro passo para formação das mudas é a escolha
adequada da espécie a ser produzida, levando em consideração as condições
locais, em seguida o método mais adequado, de acordo com a espécie e condições
da área disponível. As mudas de eucalipto podem ser produzidas pelos métodos
sexuados, por sementes, e assexuados (propagação vegetativa), estaquia e
miniestaquia; e micropropagação e microestaquia.
No método de propagação sexuada, deve-se ter extremo rigor
na coleta e/ou aquisição de sementes, pois o plantio de mudas provenientes de sementes
de má qualidade resulta em um povoamento com baixa produtividade (Gomes; Paiva,
2013). O grau de pureza e de germinação são aspectos que devem ser observados
na obtenção das sementes, bem como a identificação genética, estado
fitossanitário e fisiológico.
Plantio
A semeadura pode ser feita em canteiros para posterior
repicagem, ou direto nos recipientes. Algumas atividades devem ser executadas
antes e durante a formação das mudas, dentre elas: instalação do viveiro,
preparo do substrato, preparo dos recipientes, testes de germinação, repicagem
(quando for o caso), raleio das mudas, adubação por cobertura, re-encanteiramento
e endurecimento das mudas.
Métodos
assexuados
Na utilização de métodos assexuados, tem-se a estaquia,
miniestaquia, micropropagação e microestaquia. No processo de estaquia a árvore
matriz é selecionada, abatida, e quando surgem as rebrotas, estas são cortadas
e levadas para enraizamento em recipiente adequado.
Já a miniestaquia consiste num sistema advindo da brotação
do ápice de estacas. A micropropagação utiliza células de tecido vegetal, para
formação uma nova planta in vitro, enquanto
a microestaquia utiliza microestacas rejuvenescidos em laboratório de micropropagação,
para posterior enraizamento (Ferrari; Grossi; Wendling, 2004).
Independente do processo escolhido, é imprescindível a
utilização de recipientes adequados. A produção de mudas em recipientes é uma
das mais utilizadas pelo alto controle que se tem da nutrição e proteção das
raízes, com manejo mais adequado no viveiro e na etapa de transporte (Gomes;
Paiva, 2013). É importante ressaltar que o tipo e tamanho do recipiente terão
impacto direto no custo de produção, e a durabilidade do material é um fator
que deve ser levado em consideração para que não se desintegre no processo de
transporte para o campo.
Embalagens
para as mudas
Os sacos plásticos e os tubetes têm sido os recipientes mais
usados atualmente, pela facilidade de manuseio e disponibilidade no mercado. No
entanto, apesar da facilidade de trabalho com o saco, a possibilidade de
enovelamento da raiz é alta e o custo do transporte é elevado devido ao volume
e peso, uma vez que o volume é variável de acordo com o objetivo da produção e
a espécie. Sendo assim, o tubete vem ganhando mais espaço nos últimos tempos.
Os tubetes de plástico rígido são simples e possuem
dimensões menores que as dos sacos. Também contribuem com a redução de doenças
e pragas, podendo ser considerado um avanço, quando comparado com o saco plástico.
Como possuem menores dimensões, podem ficar suspensos, o que facilita o
trabalho que quem está manejando.
Apesar de o custo de aquisição ser mais alto que o do saco,
o reaproveitamento do tubete por longo período contribui com a redução do
desperdício. Outra vantagem é o transporte e viabilidade econômica.
Outros recipientes menos usuais são: bandejas de isopor,
torrão paulista, torronete, laminado de madeira, vapo, paper-pot, fertil-pot,
torrão reba, win-strip, entre outros. No entanto, é importante ter em mente os
objetivos das mudas produzidas para escolha do recipiente, pois seu tamanho e
material vão influenciar no custo da produção e sobrevivência no campo.
Viabilidade
No fim do processo de produção, mais cedo ou mais tarde, as
embalagens tornam-se resíduos, que causam poluição e impactos ao meio ambiente;
sendo assim, é importante traçar estratégias que minimizem os descartes.
O uso dos tubetes, frente aos sacos plásticos, por si só, já
reduz o descarte de material, uma vez que os tubetes de plástico rígido têm
duração média de 10 anos. Mesmo assim, uma hora o material perde sua
viabilidade, necessitando de substituição.
Uma alternativa atual é a utilização de tubetes biodegradáveis,
produzidos a partir de materiais que seriam descartados em aterros sanitários,
resultando em acúmulo de detritos, como embalagens de Tetra Pak. Os tubetes são
produzidos de acordo com a espécie a ser cultivada e sistema de cultivo,
permitindo a confecção e formatos exclusivos. São resistentes ao transporte e
podem ser depositados diretamente no solo, o que facilita o processo de
produção. Outra vantagem é que as raízes conseguem penetrar nas paredes da
embalagem, sem riscos de enovelamento. Os tubetes também podem ser utilizados
em estufas e viveiros.
No entanto, por mais que seja sustentável, pressupõe-se que
o custo deste material seja mais elevado, sem contar que é necessário que se
realize novas pesquisas com diferentes materiais, tamanhos de tubetes e
espécies cultivadas, com o objetivo de conhecer o comportamento de tais
espécies e desenvolver alternativas que sejam mais viáveis em termos de custo e
produção.