Plano de prevenção e combate a incêndios florestais

Plano de prevenção e combate a incêndios florestais

Diego Lima Aguiar
Mestre em Recursos Florestais – USP e professor substituo – Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
l.aguiardiego@gmail.com

Annie Karoline de Lima Cavalcante
Mestre em Recursos Florestais – USP e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais – Universidade de Brasília (UnB)
annie.karolinelima@gmail.com

Os incêndios florestais são o fogo descontrolado que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo ter causa antrópica, provocado pelo homem, ou natural, por raios.

É importante diferenciar as queimadas dos incêndios florestais. Diferente dos incêndios, as queimadas são práticas agropastoril ou silviculturas, em que o fogo é utilizado de forma controlada, atuando como um fator de produção.

Ameaça

Atualmente, os incêndios florestais são uma das principais ameaças às florestas e diferentes ecossistemas, sendo responsáveis por danos à flora e fauna, além de impactar negativamente a economia nos locais afetados.

É importante destacar que os incêndios florestais também podem causar perda de vidas humanas, impactar a qualidade do ar, ocasionando danos à saúde humana, causar erosão e degradação do solo, intensificar o processo de desertificação e assoreamento de rios, além da emissão de gases do efeito estufa, entre outros.

A causa dos incêndios florestais é uma questão a ser ponderada, visto que, geralmente, são originados pela ação humana, seja por imprudência, negligência ou, em casos extremos, por intenção criminosa.

Por isso, é extremamente importante que campanhas educacionais sobre os riscos e as precauções necessárias para prevenir incêndios sejam promovidas em todas as épocas do ano, e não somente nos períodos críticos.

As atividades educacionais podem ser organizadas de diversas formas, sendo importante sensibilizar as pessoas sobre as consequências do mau uso do fogo, e assim evitar incêndios.

Prevenção

Nesse contexto, a adoção de um Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PPCIF) é indispensável para garantir a segurança da população e do meio ambiente.

O PPCIF consiste no planejamento das atividades que serão desenvolvidas, tanto pelos produtores como pela comunidade, visando prevenir e combater os incêndios florestais.

Para a elaboração do PPCIF, é importante que sejam identificadas e avaliadas as principais causas de incêndios na região e propor medidas de combate visando minimizar o número de ocorrências.

Outro ponto extremamente importante é a colaboração entre as autoridades competentes, como os órgãos de proteção ambiental, as forças de segurança e os bombeiros. A implementação de um plano de combate a incêndios florestais integrado, com a participação desses diversos setores, pode otimizar as medidas tomadas e reduzir os danos causados pelos incêndios.

Monitoramento

 Nos períodos de maior risco de incêndios florestais, é importante intensificar as ações de prevenção e, mais importante, evitar a realização de queima controlada. Vale destacar que o silvicultor tem um papel fundamental na prevenção e combate a incêndios florestais.

Ele é o responsável por planejar e executar atividades de manejo florestal que garantam a conservação e sustentabilidade das florestas, além de atuar na identificação de possíveis focos de incêndio e no desenvolvimento de estratégias para o combate às chamas.

A prevenção de incêndios em plantios florestais de eucalipto e pinus é uma questão de grande importância para as empresas do setor florestal. Essas espécies são amplamente cultivadas no Brasil e em outros países e a ocorrência de incêndios pode acarretar grandes perdas financeiras e ambientais.

Aceiros

Para minimizar os riscos de incêndios em plantios florestais, há diversas medidas preventivas que podem ser adotadas. Uma das principais é a eliminação ou redução das fontes de propagação com a construção e manutenção de aceiros, redução do material combustível e criação de cortinas de segurança.

Os aceiros são faixas livres de vegetação que atuam como barreiras preventivas, evitando a propagação do fogo de uma área a outra, podendo ser naturais, como cursos d’água ou antrópicas, como as estradas.

A largura dos aceiros depende de diversos fatores e é geralmente recomendado que tenham no mínimo dez metros de largura e sejam mantidos limpos e livres de vegetação, para evitar que o fogo se alastre.

Podas e desbastes

Outra medida importante é a realização de podas e desbastes, que consistem na retirada de parte da vegetação dos plantios. Essa prática reduz a densidade da vegetação, diminuindo a quantidade de material combustível e, consequentemente, o risco de incêndios.

Já as cortinas de segurança envolvem a implantação de vegetação com folhagem menos inflamável, reduzindo a propagação do fogo e dificultando o acesso do fogo às copas das árvores, facilitando o combate às chamas.

Uma importante medida preventiva que pode ser implementada é a instalação de sistemas de detecção de incêndios, tais como câmeras de vigilância, sensores de calor espalhados pelas áreas florestais ou por meio de sistemas baseados em satélites.

Esses sistemas permitem que sejam identificados focos de incêndio com rapidez, o que possibilita uma ação mais efetiva por parte das equipes de combate.

É importante ressaltar que a prevenção de incêndios em plantios florestais deve ser vista como uma prática contínua, que deve ser realizada ao longo de todo o ano. As empresas devem estar atentas às condições climáticas e às áreas de maior risco, e implementar medidas preventivas sempre que necessário.

Estratégias em caso de falhas

Quando as medidas de prevenção e monitoramento falham, é necessário o emprego de estratégias e técnicas ao combate aos incêndios florestais.

As técnicas de combate compreendem as habilidades e ferramentas empregadas para controlar o fogo, enquanto as estratégias de combate a incêndios consistem nos planos mais abrangentes que as equipes utilizam para a organização e coordenação de suas atividades.

O combate aos incêndios florestais envolve a detecção, comunicação, mobilização e deslocamento, combate, avaliação de danos e registro de ocorrência. Os tipos de detecção dos focos de incêndios podem ser fixos e móveis, e têm por objetivo notificar os brigadistas no menor tempo possível.

 As estratégias de combate aos incêndios florestais são variadas, e dependem das características de cada evento. Normalmente, a ação é executada por equipes especializadas, que empregam técnicas de controle de fogo e de contenção das chamas.

O combate ao incêndio tem início com o reconhecimento e avaliação da situação. Nesta etapa, é decidido onde terá início o ataque as chamas e quais serão as ações de combate.

Táticas básicas

As táticas básicas de combate a incêndios envolvem estabelecer uma linha de controle ao redor da área do incêndio; o confinamento do fogo; retirada do combustível ainda não consumido; prevenção de incêndios em áreas fora da linha de controle e extinção de focos de incêndios em áreas fora da linha de controle.

As ferramentas utilizadas para o combate aos incêndios florestais variam segundo a gravidade da situação. Em casos mais simples, como pequenos focos de incêndio, é possível utilizar ferramentas manuais, como enxadas e abafadores no combate direto do fogo.

Em situações mais complexas, como grandes incêndios, é necessário o uso de equipamentos especializados, como bombas de água e helicópteros em conjunto com técnicas de combate indireto.

Fonte: https://revistacampoenegocios.com.br