Maria Idaline Pessoa Cavalcanti – Engenheira agrônoma e doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – idalinepessoa@hotmail.com
José Celson Braga Fernandes – Engenheiro agrônomo e doutorando em Biocombustíveis – UFU/UFVJM – Fundador da Agro+ – celsonbraga@yahoo.com.br
O feijão é uma leguminosa de grande importância no mundo
todo e se destaca economicamente por ser cultivado por pequenos e grandes
produtores e em diversificados sistemas de produção, principalmente vinculados
à agricultura familiar.
O feijoeiro, para alcançar elevadas produtividades,
necessita de grandes aportes de nitrogênio para obter altas produtividades.
Normalmente, os agricultores utilizam de 80 a 150 kg de N/ha. Entretanto, como
todas as leguminosas, o feijoeiro também se beneficia da fixação biológica de
nitrogênio (FBN), para suprir de forma muito mais econômica este nutriente.
A busca por melhores produtividades e rentabilidade na
cultura passa pela melhoria das características do solo e da nutrição vegetal,
em especial da adubação nitrogenada (Malavolta, 2006).
A eficiência da inoculação é dependente de diversos fatores
relacionados ao manejo. As pesquisas têm demonstrado que com o uso de
inoculante na cultura do feijoeiro pode-se obter ganhos de produtividade acima
de 20%, com uma grande economia no investimento em fertilizante nitrogenado,
desde que o processo de inoculação seja feito corretamente.
O processo
A inoculação do feijoeiro é feita utilizando o inoculante
específico para esta cultura, produzido com bactérias classificadas como Rhizobium
tropici. Este produto é misturado às sementes no momento do plantio,
devendo-se proceder à semeadura no menor tempo possível, pois as bactérias,
permanecendo por muito tempo sobre as sementes fora do solo, vão perdendo sua
viabilidade, em especial se as sementes estiverem tratadas com produtos
químicos, diminuindo assim os ganhos de produtividade alcançados em estudos.
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Dicas
Um cuidado especial deve ser tomado com relação ao uso de
fertilizantes nitrogenados na cultura do feijoeiro quando se utiliza o
inoculante: altas doses de nitrogênio na base inibem a formação dos nódulos, o
que afeta diretamente a fixação biológica do nitrogênio.
Agricultores de diversas partes do País, tanto de baixa como
de elevada tecnologia, utilizam a inoculação como forma de diminuir custos da
lavoura com aumento de produtividade, aproveitando ainda o nitrogênio que fica
no solo para a cultura seguinte.
Custo-benefício
Em relação à economia, o inoculante é o insumo com melhor
custo-benefício na agricultura. Em termos práticos, no caso do feijão, se em
vez de se usar 100 kg de nitrogênio via fertilizante nitrogenado, ao custo
aproximado de R$ 220,00, usarmos três doses de inoculante, teremos um custo
aproximado de R$ 15,00.
Ou seja, uma diferença de mais de R$ 200,00 por hectare. E
tão importante quanto a redução de custo e aumento de produtividade, o uso do
inoculante em feijoeiro também resulta em ganhos para o ambiente, pela redução
da emissão de gases de efeito estufa.