A cadeia do tabaco é antiga e consolidada no Brasil. Antes
mesmo de os portugueses chegarem ao País, os indígenas já cultivavam as folhas
em quase todas as tribos. A planta era considerada sagrada e utilizada em
rituais religiosos para evocar deuses e para fins medicinais, como cura de
ferimentos, enxaquecas e dor de estômago. Entre os povos indígenas, o tabaco
era consumido como comida, bebida, mascado, aspirado e fumado.
No Brasil colonial, o cultivo passou a ter importância
comercial, sendo um dos principais produtos exportados no período do
Império. Esta importância está marcada
até os dias atuais no brasão das Armas da República, em que o tabaco e o ramo
de café constituem o coroamento deste símbolo da nacionalidade brasileira.
De lá para os tempos
de hoje a região sul se consolidou como a protagonista da produção nacional. O
Rio Grande do Sul é o maior produtor, seguido de Santa Catarina e Paraná. Em
sua maioria, o tabaco é produzido na agricultura familiar, com mão de obra dos
integrantes do grupo, em pequenas propriedades com média de 14 hectares e, por
isso, tem uma importância socioeconômica notável.
Apesar da pequena lavoura plantada, o cultivo representa
53,2% da renda dos agricultores, sendo complementada com culturas de
subsistência, como criação de animais, florestas e grãos.
Entenda
mais
O tabaco é produzido em folhas, proveniente da espécie Nicotiana tabacum, L., submetidas à cura
natural ou artificial, e destinado à fabricação de cigarros, desfiados e outras
finalidades. Divide-se em dois grupos: tabaco de galpão – curado naturalmente,
tendo como as variedades mais comuns Burley e Galpão Comum; e tabaco de estufa
–processo de secagem é feito em estufas com umidade e calor controlados, tendo
à frente a variedade Virgínia.
Desde 1993 o Brasil é o maior produtor mundial de tabaco,
mas perde em número de exportações para a China, ficando na segunda posição. Em
2018, o tabaco representou 0,8% do total das exportações brasileiras, com US$
1,99 bilhão embarcados. O principal destino são países da União Europeia,
Extremo Oriente, África e América do Norte.
Veja no gráfico o desempenho do setor: (VIVI, FAZER INFO COM
AS INFORMAÇÕES ABAIXO)
Cenário nacional:
ð Brasil é o 2º maior produtor e o maior exportador;
ð RS, SC e PR estão à frente da produção;
ð 556 municípios produzem tabaco nacionalmente;
ð 289 mil/ha é a área produzida no Brasil;
ð 150 mil produtores;
ð 600 mil pessoas envolvidas na atividade;
ð Receita anual: R$ 6,28 bilhões;
ð 40 mil empregos diretos são gerados.
Fonte: Sinditabaco
Safra
difícil
A safra 2018/19 está praticamente encerrada. Restam poucas
arrobas na região centro-sul do Rio Grande do Sul, que é a última a plantar. As
reclamações mais fortes dos produtores foram em relação a preços praticados,
atuação de atravessadores, além de problemas como roubos de cargas, fator
recorrente nas últimas safras.
Quantos aos valores de reajuste da tabela, a Associação dos
Fumicultores do Brasil (Afubra) afirma que houve leve alta nos Estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina. Já o Paraná sofreu com problemas climáticos e
teve redução nos preços praticados, sendo o que teve o pior desempenho na
safra. Confira os números: (VIVI, FAZER INFO COM AS INFORMAÇÕES ABAIXO)
Algumas medidas também preocupam. Está na Câmara dos
Deputados um projeto que proíbe qualquer forma de propaganda de tabaco,
cigarros, cigarrilhas, charutos e cachimbos, até mesmo nos locais de venda.
Também fica proibida a importação e a comercialização de
cigarro com sabor e transforma em infração de trânsito o ato de fumar em
veículos quando houver passageiros menores de 18 anos. A aprovação do projeto
que aumenta as restrições ao cigarro ocorre em um momento em que o atual
governo estuda rever parte da política de controle do tabagismo no País.
Já no Senado está outro projeto que aumenta impostos para o setor. Chamado de Cide-Tabaco, o novo imposto teria como objetivo reduzir o consumo de cigarros e auxiliar nos programas de tratamento de saúde financiados pelo governo federal com a criação de uma alíquota de contribuição de 2,5%, a ser aplicada sobre o valor da operação ou no caso de importação. Fonte: Portal Agrolink
SindiTabaco defenderá regulamentação e liberação de novos dispositivos em audiência pública
O presidente do SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco), Iro Schünke, participa nesta quinta-feira, 08 de agosto, da audiência pública para deliberar sobre a liberação dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) conhecidos como cigarros eletrônicos e tabaco aquecido. O evento promovido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Brasília, tem como objetivo coletar subsídios técnicos e científicos atualizados sobre os produtos.
A
primeira manifestação da Anvisa é de 2009, quando a Agência publicou a
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 46/2009 que proibiu a comercialização,
importação e propaganda de cigarros eletrônicos. A decisão sobre dispositivos
eletrônicos foi baseada na ausência de dados científicos e ainda continua em
vigor. Representantes do setor do tabaco serão ouvidos e as indústrias
apresentarão dados e pesquisas sobre os dispositivos. Schünke defenderá a
regulamentação e a liberação dos produtos.
“Apoiamos não só a
discussão, mas principalmente a liberação e a regulamentação desses novos
produtos de tabaco uma vez que eles já estão sendo usados em vários países do
mundo e, no Brasil, serão mais uma opção à disposição do consumidor”, afirma o
executivo do SindiTabaco. Segundo
ele, os números do setor do tabaco também devem ser apresentados. “Devemos apresentar a importância econômica e social que a
cadeia produtiva do tabaco representa para o Sul do País, especialmente no que
tange a geração de renda, de empregos e de divisas com a exportação”, antecipa.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco em folha e o maior
exportador desde 1993.
“Tudo aquilo que é
benéfico à indústria do tabaco, naturalmente será benéfico para toda a cadeia
produtiva. Na produção destes novos produtos que usam tabaco certamente o
Brasil será um dos fornecedores devido à qualidade do tabaco produzido no País.
E como este é um tema que não tem volta, é importante que o Brasil esteja
aberto a estes novos produtos, pois isso poderá trazer outros benefícios para o
país que já possui uma tradição mundial no setor”, avalia ele lembrando que a
região do Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, concentra um dos maiores
polos industriais do setor no mundo.
NÚMEROS
DO SETOR DE TABACO NO BRASIL
SAIBA
MAIS – A audiência faz parte do
processo de regulação da Anvisa e o tema está na agenda 2017-2020. A retomada
do tema com vistas ao processo regulatório segue etapas como estudo e coleta de
informações e elaboração do Relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR),
que indicará a solução a ser trabalhada. Após análise pela diretoria colegiada
da Anvisa, será apresentado o Relatório Final de AIR com proposição de um texto
normativo ou de alternativas regulatórias. Se o caminho escolhido for a
normatização, o texto será colocado para discussão em consulta pública.