Microverdes, oumicrogreens, como também são conhecidos, é um projeto especializado na produção e comercialização de microlegumes ou ervas aromáticas e flores comestíveis. No ambiente protegido de uma estufa, os microgreens, ou microvegetais e as flores encontram as condições propÃcias para se desenvolverem de forma saudável, robusta e saborosa
Os microverdes são pequenas verduras, legumes, ervas aromáticas ou flores comestíveis que se resumem a uma explosão de sabores, cor excepcional e uma inegável qualidade, graças à atenção e cuidado nos métodos de produção, colheita e embalagem destes alimentos.
Os microverdes são colhidos à mão, no pico do seu frescor, conservando assim suas características originais. No Brasil, o projeto inédito veio pelas mãos de Thomas Scott e Rodrigo Meyer, fundadores da Fazenda Urbana Brasil, e do doutor em Nutrição Mineral de Plantas e professor Glaucio da Cruz Genuncio.
Como funciona
Microverde é a fase da planta após a germinação e antes das folhas totalmente desenvolvidas chegarem, também conhecida agronomicamente como plântula. Normalmente, explica GlaucioGenuncio, osmicroverdes são comercializados com tamanho médio entre 05 e 10 cm, fase em que eles apresentam maior densidade nutricional e um sabor mais acentuado.
Para a produção dos microverdes, a Fazenda Urbana está agora usando o conceito de Agricultura em Ambiente Controlado (CEA – ControlledEnvironmentAgriculture). A empresa utiliza tanto sistemas hidropônicos e fogpônicos, quanto sistemas de iluminação especiais (que emitem comprimentos de onda específicos para o crescimento destas plântulas), sempre objetivando produzir alimentos com alta qualidade, naturais e limpos.
Thomas Scott esclarece que é justamente a iluminação que vai definir a maturação dos vegetais, que são finalizados com sete a 10 dias de produção. A produção tem controle microclimático específico, assim como um manejo nutricional diário dos nutrientes, aplicados via solução de nutrientes.
A técnica está em alta nos EUA, Ásia e Europa, e no Brasil o projeto inédito está sendo iniciado na Ilha de Guaratiba (RJ), na Fazenda Urbana, que já produz os microverdes e está se preparando para iniciar a produção de babyleafspara atender um público diferenciado. “Estamos buscando, neste momento, outros espaços próximos à Zona Sul do Rio de Janeiro para expandir a produção e ficarmos mais próximos de nossos clientes“, diz Thomas Scott.
Fazendas em Galpões
A Fazenda Urbana começou com um edifÃcio vazio e o transformou em fazendas super produtivas. “Nós instalamos luzes especiais (que produzem o mesmo espectro de luz solar que as plantas precisam para fazer clorofila), sensores para medir temperatura do ar e da água, umidade e parâmetros da água. Basicamente fazemos de tudo para garantir que as plantas recebam a quantidade adequada de tudo o que precisam. Estas fazendas em galpões produzem de forma consistente durante todo o ano, garantindo alimentos mais frescos e com mais nutrientes que os métodos tradicionais de plantio“, garante Thomas Scott.
O primeiro plantio foi feito no final de janeiro de 2017, e foi usado para testes de qualidade, volume (tanto de sementes e plântulas quanto de solução nutritiva), escala e tempo de crescimento. Ao mesmo tempo, Thomas Scott e Rodrigo Meyer fizeram a calibração e teste dos sistemas que estão desenvolvendo, incluindo monitoramento e automação. “Estamos agora entrando em nosso quinto ciclo, com parte da produção já comprometida para alguns clientes“, orgulham-se.
O projeto começou quando os sócios começaram a investigar uma forma de ajudar amigos em comum que tinham na Venezuela. Eles acompanharam suas lutas diárias em ficar por mais de cinco horas em filas de mercados atrás de comida para comprar, sem saber se conseguiriam algo, e muitas vezes retornando de mãos vazias.
Os fundadores da Fazenda Urbana têm experiência prévia em sistemas de ambiente controlado para Data Centers. Após descobrirem o conceito de agricultura em ambiente controlado, decidiram buscar um profissional no Brasil que tivesse experiência extensiva em sistemas de hidroponia.
Dos diversos encontros com GlaucioGenuncio, descobriram os mesmos interesses em desenvolver este tipo de solução na América do Sul, e surgiu então a parceria.
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Estrutura de produção
Atualmente, a Fazenda Urbana está usando um container marÃtimo do tipo reefer, que foi convertido a SmartFarm, ou seja, a estrutura de produção dos microverdes.
Uma SmartFarm pode produzir a mesma quantidade de vegetais que um acre de terra. Cada SmartFarmconta com sensores e tecnologia para controlar luzes, temperatura, umidade relativa, bombas e nutrientes. “Com nosso controle preciso, as plantas podem crescer rapidamente, sem pesticidas, insetos, poluição e doenças, sendo melhores que orgânicos. A SmartFarm permite produzir em qualquer lugar do mundo, e já tem o isolamento térmico necessário para limitar o impacto de temperaturas externas“, explica Thomas Scott.
Em seguida, ele conta que instalaram um sistema de ar condicionado e o controle de umidade relativa. “Então, investimos em um sistema de hidroponia especialmente projetado por nossos engenheiros, que estão trabalhando em conjunto com os engenheiros da Hidrogood. O sistema inclui iluminação especificamente selecionada para acelerar o crescimento da planta, sistemas hidráulicos inteligentes e automatizados, filtros de ar, previsão para instalação de sistemas elétricos redundantes e um sistema de geração de CO2“, detalha o empresário.
Mas, o verdadeiro segredo, segundo ele, é o sistema de monitoramento e gerenciamento inteligente, que está sendo especialmente desenvolvido de forma customizada por sua equipe. A tecnologia permitirá observar em tempo real o que está acontecendo remotamente e ajustar os parâmetrosonline, ao mesmo tempo em que são coletados dados sobre a taxa de desenvolvimento da planta, cujo objetivo específico é melhorar a produção ao longo do tempo para acelerar ainda mais o crescimento da planta, bem como seu valor nutricional e sabor, sem adição de pesticidas ou quaisquer outras químicas nocivas.
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Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de maio 2017. Adquira a sua para leitura completa.