Levantamento aponta redução de emissão de gases de efeito estufa e consumo de água em produção de azeite

Levantamento aponta redução de emissão de gases de efeito estufa e consumo de água em produção de azeite

Secas, calor extremo, incêndios e inundações são alguns dos fenômenos climáticos que têm afetado vários setores agrícolas, incluindo o do azeite. De acordo com o Conselho Oleícola Internacional (COI), o mundo presencia o impacto das alterações climáticas na produção de olivas, com uma tendência de de diminuição das chuvas e aumento das temperaturas. Em meio a esta situação, a segunda edição do relatório de sustentabilidade da marca líder global de azeites, Filippo Berio, mostra o empenho e os investimentos na melhoria de muitas etapas do processo de produção, de modo a torná-lo menos impactante e mais sustentável.

“Fizemos investimentos significativos, em particular relacionados com o crescimento econômico sustentável, a inovação industrial justa e responsável, e a segurança alimentar. Em geral, os modelos de produção e consumo sustentáveis são os que mais nos envolvem e representam, porque dizem respeito à nossa atividade. Com estes investimentos, conseguimos uma redução de 3,4% no consumo de energia, 8,6% no consumo total de água, 6,7% nas emissões directas de gases e 5% na produção total de resíduos”, afirma Leonardo Scandola, Diretor Comercial da Filippo Berio na América Latina.

De acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o azeite de oliva encareceu 50% nos últimos 12 meses, sendo a crise climática um fator contribuinte para essa variação no preço do produto. O Brasil é segundo maior importador de azeite do mundo e o quarto maior consumidor no ranking global, conforme levantamento do COI. De acordo com dados mais recentes, os brasileiros consomem, em média, 100 milhões de litros de azeite por ano. Desse modo, a produção sustentável e os esforços neste sentido tornam-se muito importantes para mitigar as alterações climáticas e, muito provavelmente, também gera impactos na economia mundial.

Uma produção ligada ao meio ambiente
Ainda de acordo com o levantamento, a Filippo Berio emite cerca de 11.775 tCo2 e consume cerca de 36.986 GJ, dos quais 41% foram produzidos por um tri-gerador. A quantidade de resíduos produzidos são de 2.488 toneladas, sendo que 97% não são considerados perigosos. Além disso, 46,5% dos materiais são reciclados. Modelos de cultivo mais sustentáveis e resistentes como este têm emergido. Atualmente, existem mais de 11 milhões de hectares de oliveiras no mundo, formando uma espécie de floresta artificial que remove anualmente 4,5 toneladas de dióxido de carbono por hectare da atmosfera global, de acordo com o COI.

A Filippo Berio realiza alguns projetos agronômicos em um olival próprio, existente desde 2020, que funciona como verdadeiro laboratório ao ar livre. Neste local e em colaboração com o CNR – IBE e várias universidades italianas e estrangeiras, são realizados projetos relacionados com novas técnicas de agricultura de precisão e sustentável, aumento da biodiversidade e testes de cultivo resistente ao Verticillium, um fungo que afeta estas plantações.

Recentemente, por exemplo, foi implementado um novo método de controle da mosca das oliveiras, uma das pragas mais graves da cultura. O controle é normalmente químico mas, com a ajuda da tecnologia, os sensores electrônicos podem detectar a presença destes insetos em tempo real, simplificando e melhorando as estratégias de controle e reduzindo a utilização de produtos químicos. Além disso, na unidade de produção da Filippo Berio, sediada em Toscana, na Itália, foi finalizado outro projeto sustentável: o Enzymatic Degumming, relativo ao processo de refinação do óleo de sementes, que substitui alguns reagentes químicos por enzimas naturais. Este projeto foi premiado nos Grocery & Consumi Awards, na categoria “Melhor iniciativa sustentável no setor da produção”, por ocasião do Cibus Connecting 2023.

“Conseguimos melhorar o controle e monitoramento do consumo de água, constantemente medimos a quantidade consumida e a qualidade. São 4 km de tubulações de água, instaladas há vinte anos, que passam por baixo da superfície da planta de produção de aproximadamente 220.000 m², tornando o monitoramento contínuo das tubulações complexo e extenso. Mensalmente, o consumo de água é medido em diversos pontos da rede. No caso de uma quantidade incomum, as válvulas de corte são imediatamente acionadas para conter o vazamento, a falha é identificada e uma ação corretiva é implementada”, explica Scandola.

Além disso, com um empreendedorismo sustentável a longo prazo, a empresa segue trabalhando em seu próprio método, denominado “Método Berio”, atualmente baseado em 4 pilares,com produçãosituada na Itália, mas com visão de se expandir para outros mercados:

  1. Sustentabilidade: As empresas envolvidas no fornecimento de matérias-primas aplicam protocolos agrícolas integrados, controlados periodicamente por uma entidade externa, independente e de renome como a SGS. Monitoram-se métodos de cultivo, incluindo redução do uso de pesticidas, análise foliar, poda e controle integrado de pragas;
  2. Rastreabilidade: Abrange toda a cadeia produtiva do Azeite Extra Virgem. Este processo permite a rastreabilidade de cada lote, possibilitando ao consumidor saber mais sobre a área de origem do azeite, as análises químicas realizadas e o perfil sensorial do azeite engarrafado;
  3. Definição dos parâmetros químico-físicos e organolépticos: O objetivo é aplicar os mais rigorosos parâmetros de qualidade para manter um perfil químico e organoléptico que garanta uma qualidade elevada e estável ao longo do tempo;
  4. Certificação: todo o processo é certificado pela SGS, órgão externo responsável por realizar controles de qualidade dos produtos e cumprimento dos protocolos de agricultura integrada. Até o momento, existem 12 cadeias de abastecimento certificadas.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de empresas que estão priorizando a sustentabilidade em suas operações, impulsionado tanto pela crescente conscientização ambiental quanto pela demanda dos consumidores por produtos e serviços mais responsáveis. “Nossa linha de produtos se baseia totalmente em olivais cultivados com técnicas agrícolas integradas, consistentes com os princípios da agricultura sustentável. Os consumidores na Itália têm total transparência sobre a procedência dos azeites. Nosso objetivo, nesses 150 anos de história, é cada vez mais contribuir para uma produção aliada ao meio ambiente e regenerativa e, em um futuro, expandir essas técnicas para cobrir toda a produção”, finaliza Leonardo Scandola.

Fonte: https://revistacampoenegocios.com.br