Adoção a taxa variável: por que adotar?

Adoção a taxa variável: por que adotar?

Rayssa Camargo de Oliveira
Doutora em Fitotecnia e professora – Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)
rayssaoliveira@iftm.edu.br
Roberta Camargos de Oliveira
Doutora em Fitotecnia e professora – Instituto Federal Goiano (IFGoiano)
roberta.camargos@ifgoiano.edu.br

A implementação da adubação em taxa variável em lavouras de milho requer cuidados específicos para garantir sua eficácia e maximizar os resultados. Algumas considerações e cuidados principais são:

Mapeamento detalhado do solo: antes de implementar a adubação em taxa variável, é essencial realizar um mapeamento detalhado do solo para identificar variações na fertilidade e na textura do solo ao longo da área da lavoura. Isso pode ser feito usando tecnologias como sensoriamento remoto, análise de amostras de solo e mapas de produtividade.

Definição de zonas de manejo: com base nos dados do mapeamento do solo e histórico, é possível dividir a área da lavoura em zonas de manejo com características semelhantes de fertilidade e textura do solo. Essas zonas serão usadas para aplicar diferentes taxas de adubação de acordo com as necessidades específicas de cada área.

Seleção de tecnologia adequada: existem várias tecnologias disponíveis para aplicar a adubação em taxa variável, como sistemas de aplicação com GPS e sensores, equipamentos de controle de taxa de aplicação e sistemas de agricultura de precisão. É importante selecionar a tecnologia mais adequada às condições da lavoura e à realidade do produtor, considerando valor de aquisição, manutenção e assistência técnica.

Calibração e ajuste dos equipamentos: antes de iniciar a aplicação da adubação em taxa variável, é fundamental calibrar e ajustar corretamente os equipamentos de aplicação para garantir a precisão das taxas de aplicação em diferentes zonas da lavoura.

Monitoramento regular: durante o ciclo de cultivo do milho, é importante realizar monitoramentos regulares da lavoura para avaliar a eficácia da adubação em taxa variável e fazer ajustes conforme necessário. Isso pode envolver amostragem de solo, análise foliar, sensoriamento remoto e observação visual da lavoura. Isso porque há situações em que o nutriente está disponível no solo para a absorção pelas raízes, mas, por algum fator, as mesmas não conseguem absorver, o que pode prejudicar a produtividade da cultura.

Manejo integrado de nutrientes: a adubação em taxa variável deve ser parte de um manejo integrado de nutrientes, considerando não apenas a aplicação de fertilizantes nitrogenados, mas também a rotação de culturas, o uso de culturas de cobertura, a incorporação de matéria orgânica e outras práticas agronômicas para melhorar a fertilidade do solo e a saúde da lavoura.

Registro e análise de dados: é importante manter registros detalhados das aplicações de adubo em taxa variável, bem como dos resultados de produtividade da lavoura. Esses dados podem ser analisados para avaliar o desempenho da adubação em taxa variável ao longo do tempo e fazer ajustes para otimizar sua eficácia.

Ao seguir esses cuidados, os produtores podem implementar com sucesso a adubação em taxa variável em suas lavouras de milho, maximizando a eficiência no uso de fertilizantes e melhorando a produtividade e a sustentabilidade da agricultura.

Adubação direcionada no milho

A adubação em taxa variável é uma prática agrícola que busca aplicar fertilizantes de acordo com as necessidades específicas de cada área do campo, levando em consideração variáveis como tipo de solo, níveis de nutrientes e histórico de cultivo, entre outros.

Dentre algumas tecnologias que estão sendo empregadas para facilitar a implementação da adubação em taxa variável está a utilização de imagens de sensoriamento remoto por satélite e drones equipados com sensores, que podem fornecer informações detalhadas sobre a vegetação, saúde das plantas e características do solo. Esses dados são utilizados para mapear as variações dentro do campo e identificar áreas que necessitam de diferentes quantidades de fertilizantes.

Para que isso seja possível, é usado também o Sistema de Posicionamento Global (GPS), que permite uma precisão na aplicação dos fertilizantes, garantindo que a distribuição seja feita exatamente nos locais determinados pelo mapa de taxa variável, o que reduz o desperdício de insumos e melhora a eficiência do processo.

Outra questão importante para a implementação da adubação em taxa variável é a tecnologia de aplicação de precisão, que consiste em equipamentos projetados com distribuidores de fertilizantes de taxa variável. Esses equipamentos devem ser capazes de ajustar automaticamente a quantidade de fertilizante aplicado pelos dosadores conforme o local, com base nos mapas gerados pelos sistemas de sensoriamento e GPS.

E, para que haja formação de histórico e integração de dados da lavoura, é indicada também a adoção do uso de softwares de gerenciamento de dados agrícolas. Existem softwares específicos que ajudam os agricultores a coletar, armazenar e analisar dados relacionados ao solo, clima, produtividade das plantas e aplicação de insumos. Esses dados são essenciais para a tomada de decisões sobre adubação em taxa variável, podendo, inclusive, permitir o monitoramento em tempo real.

A agricultura de precisão também inclui outras práticas, como plantio e pulverização. A integração desses sistemas permite uma abordagem holística para o manejo do campo, maximizando a eficiência e a produtividade.

Tendências do setor

O uso da adubação em taxa variável no milho é uma tendência crescente que tem o potencial de impactar significativamente a produtividade e a sustentabilidade do setor agrícola. Algumas tendências e seus possíveis impactos incluem a melhoria na tecnologia de sensoriamento remoto e agricultura de precisão, como drones, VANT e satélites.

Além disso, verifica-se uma tendência de integração de dados e análise avançada usando inteligência artificial. Os agricultores podem integrar uma variedade de dados, incluindo históricos de produtividade, de pragas e doenças, dados de solo, informações climáticas e imagens de sensoriamento remoto, para tomar decisões mais informadas sobre a adubação em taxa variável.

Fertilização inteligente

O desenvolvimento de fertilizantes de liberação controlada e a pesquisa sobre nutrição de plantas estão permitindo uma aplicação mais eficiente de nutrientes, reduzindo a lixiviação e minimizando os impactos ambientais negativos da adubação em excesso.

Somado a isso, é importante se atentar à resiliência climática e à gestão de riscos, pois, com as mudanças climáticas, a variabilidade nas condições de crescimento das culturas está se tornando mais pronunciada. A adubação em taxa variável pode ajudar os agricultores a adaptar suas práticas agrícolas às condições locais, mitigando os riscos climáticos e aumentando a resiliência das colheitas.

Do ponto de vista ambiental, é tendência também a busca por práticas que priorizem a sustentabilidade. Ao otimizar o uso de nutrientes, os agricultores podem reduzir as emissões de gases de efeito estufa associadas à produção e aplicação de fertilizantes.

Embora a adoção da adubação em taxa variável possa exigir investimentos iniciais em tecnologia e treinamento, a longo prazo pode resultar em economias significativas de recursos, tanto em termos de redução de insumos quanto de aumento da produtividade.

Fonte: https://revistacampoenegocios.com.br