Pensando Estrategicamente
por Antônio Carlos de Oliveira.
Texto publicado originalmente no Diário de Uberlândia
A COP é uma conferência climática muito importante para discutir e tomar medidas em relação às mudanças climáticas.
Esta reunião organizada pela ONU envolve aproximadamente 200 países. Seu objetivo principal é discutir e estabelecer formas de evitar os impactos das alterações climáticas causadas pela atividade humana, com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa, conservação da biodiversidade e no desenvolvimento de políticas para lidar com os desafios climáticos, além de promover a descarbonização.
Em 2023, a COP28 foi realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro na Expo City, Dubai, e gerou controvérsias ao ser sediada nos Emirados Árabes Unidos, uma das principais nações produtoras de petróleo.
Segundo o site da www.wwf.org.br, as discussões na COP28 revelaram impactos significativos na economia mundial:
O possível fim do uso do petróleo causou preocupação em Países produtores, evidenciado por uma carta da OPEP, gerando pânico econômico.
A descarbonização do setor marítimo implica desafios, mas também oportunidades na transição para um mundo de baixo carbono, especialmente nos portos brasileiros.
Países como China se comprometem a controlar gases de efeito estufa até 2035, evidenciando uma mudança de postura e acordos climáticos por parte de petrolíferas.
Segundo o embaixador André Corrêa do Lago, a proposta da União Global em torno da meta de 1,5°C, apelidada de “Missão 1,5”, é um ponto central da COP28 e visa congregar esforços mundiais para limitar o aumento da temperatura global. Inspirada no Acordo de Paris e reforçada por iniciativas como o Protocolo de Kyoto.
A transição para uma economia de baixo carbono está gerando tanto desafios quanto oportunidades, provocando mudanças significativas nos setores dependentes de combustíveis fósseis e impulsionando a busca por soluções mais sustentáveis.
A COP28 é a primeira conferência sobre mudanças climáticas a abordar o conceito de “ecocídio”, https://exame.com/esg/cop-28, destaca a relação entre guerras e alterações ambientais. Este debate ressalta como conflitos exacerbam a mudança climática, ampliando os efeitos negativos nos ecossistemas e na sociedade, destacando a necessidade de medidas para mitigar impactos ambientais e proteger ecossistemas em cenários de guerra.
A COP28 salienta a importância de políticas que integrem questões de segurança, guerra e mudanças climáticas, enfatizando a necessidade de ações conjuntas para enfrentar esses desafios interligados.
O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, disse aos líderes mundiais reunidos no início da COP28 que muitos de seus compatriotas foram deslocados devido aos confrontos pela água. “A paz e a segurança são claramente afetadas como resultado da mudança climática”, afirmou ele.
Segundo o Banco Mundial, 70% dos países mais vulneráveis ao clima são também os mais suscetíveis política e economicamente.
No Iêmen, um país árido no sul da península arábica, uma amarga guerra civil de oito anos destruiu o abastecimento de água, disse seu ministro da Água e do Ambiente, Tawfiq al Sharjabi.
As mudanças climáticas referem-se a transformações de longo prazo nos padrões de temperatura e clima. Podem ser naturais, incluindo variações históricas, mas são amplificadas pela atividade humana, como a queima de combustíveis fósseis, liberando gases de efeito estufa (como dióxido de carbono e metano). Essas mudanças têm efeitos generalizados, incluindo aumento da frequência de eventos climáticos extremos, como tempestades e secas, impactando a segurança alimentar e a biodiversidade, e afetam diretamente o clima e a temperatura do planeta a longo prazo.
Causas das mudanças climáticas:
Emissões de gases de efeito estufa, provenientes da geração de energia, produção de alimentos, desmatamento e uso de transporte.
Consequências das mudanças climáticas:
Elevação dos níveis dos oceanos, derretimento de montanhas glaciais, aumento de temperaturas e intensificação de tempestades.
As mudanças climáticas impactam os ecossistemas, aumentando sua vulnerabilidade e colocando em risco a biodiversidade.
Os impactos da COP28 na economia mundial dependem das decisões e compromissos acordados durante a conferência. Se forem estabelecidas metas mais ambiciosas de redução de emissões de gases de efeito estufa e ações concretas para limitar o aquecimento global, isso poderia ter vários impactos na economia global:
Maior investimento em energias renováveis e tecnologias limpas poderia impulsionar a inovação e a criação de empregos nesse setor. Isso pode reduzir a dependência de combustíveis fósseis e impactar empresas de petróleo e gás.
Regulamentações mais rigorosas podem afetar indústrias intensivas em carbono, incentivando a transição para processos de produção mais sustentáveis. Isso pode influenciar cadeias de suprimentos e práticas comerciais.
Compromissos para reduzir as emissões podem impulsionar o desenvolvimento de tecnologias verdes, como armazenamento de energia, captura de carbono e transporte sustentável, criando novas oportunidades de negócios.
Mudanças climáticas afetam a produção de alimentos. Compromissos para lidar com a crise climática podem influenciar práticas agrícolas e sistemas de distribuição de alimentos.
Maior foco em investimentos sustentáveis e financeiros que considerem critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), levando a mudanças nos mercados financeiros e na alocação de recursos.
Ações mais robustas em relação ao meio ambiente podem ter efeitos positivos na saúde pública, reduzindo problemas relacionados à poluição do ar e à degradação ambiental.