Octavio Brasil
Gerente na CAS Tecnologia
A conscientização crescente acerca da sustentabilidade no âmbito empresarial tem incentivado a adoção de abordagens responsáveis em relação ao meio ambiente. Empresas comprometidas com o ESG – Environmental, Social and Governance – reconhecem a relevância de incorporar práticas de energia limpa e investir em tecnologias verdes, não somente para cumprir regulamentações, mas também para diminuir potenciais danos ambientais.
Um dos fundamentos essenciais dessa abordagem é a gestão apropriada dos recursos naturais, o que se torna ainda mais crucial no contexto da energia limpa. Recentemente, o Brasil se destacou como um exemplo de êxito em relação à gestão apropriada dos recursos naturais. De acordo com o relatório de investimentos da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o país atraiu um considerável montante de investimentos, totalizando 114,8 bilhões de dólares no período de 2015 a 2022.
Além disso, o setor energético brasileiro tem alcançado avanços notáveis. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, o Brasil obtém 83% de sua matriz elétrica de fontes renováveis. Embora as usinas hidrelétricas mantenham sua predominância na produção, as energias eólicas e solares estão em crescimento contínuo.
No primeiro semestre de 2023, as fontes de energia solar e eólica alcançaram um notável aumento na geração centralizada – uma forma de geração de energia em que algumas unidades geradoras, eólicas e solares, produzem energia para muitas unidades consumidoras. Conforme o Boletim Mensal de Energia (BME) divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), a energia solar registrou um crescimento de 68%, ao passo que a energia eólica cresceu 27% até o mês de junho. Esse desempenho reflete o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a redução das emissões de gases de efeito estufa, além, é claro, do empreendedorismo consciente no país.
Esse feito significativo decorre de investimentos em infraestrutura e soluções tecnológicas em curso, juntamente com políticas públicas que descomplicam o desenvolvimento de energias renováveis. A gestão eficiente de recursos naturais não se limita apenas à utilização de fontes de energia limpa, mas abrange também a otimização do uso desses recursos. Empresas que adotam políticas de ESG rotineiramente conduzem auditorias energéticas para identificar estratégias de redução de consumo energético. A evolução das formas de geração de energia limpa caminha junto com a melhor eficiência energética, em todas as suas formas de consumo.
A adoção de tecnologias inovadoras, como o IoT (Internet das Coisas), inteligência artificial e análise de dados, possibilita um controle mais preciso dos sistemas elétricos. Essas tecnologias possibilitam a medição local em tempo real, aprimorando a detecção de falhas na rede elétrica, diminuindo o tempo de inatividade da comunicação e otimizando os processos de manutenção.
A inteligência artificial, por exemplo, desempenha um papel crucial na análise de dados gerados por sensores, medidores e sistemas de controle, viabilizando a detecção antecipada de anomalias e tendências que podem indicar potenciais falhas no sistema.
Tais soluções melhoram os indicadores de qualidade das distribuidoras, detectam e combates perdas por fraudes ou falhas cadastrais, atendem às conformidades regulatórias e favorecem a priorização dos investimentos para a melhoria do sistema.
Soluções conhecidas como Smart Grid, ou Rede Inteligente, vêm tornando-se elementos chave na modernização do sistema elétrico, permitindo maior eficiência, confiabilidade e sustentabilidade. As redes inteligentes têm a capacidade de detectar falhas na rede elétrica e o comportamento das demandas dos usuários, atuando de maneira rápida e eficiente na redução de interrupções no fornecimento de energia.
As distribuidoras mais inovadoras na adoção de tecnologias disruptivas são as que têm obtido grande aprimoramento em seus indicadores.
Tais tecnologias também contribuem para otimizar o uso de recursos, reduzir desperdícios e aprimorar a eficiência energética. Ela desempenha um papel crucial na integração harmoniosa de energias renováveis, como a solar e eólica, auxiliando na estabilidade do sistema elétrico integrado.
A combinação de energias renováveis e a implementação de tecnologias inovadoras demonstram o caminho para uma matriz energética cada vez mais limpa e eficiente. À medida que expandimos o uso de fontes renováveis e aprimoramos nossa infraestrutura elétrica com tecnologias inteligentes, avançamos em direção a um futuro em que a eletricidade seja acessível e confiável. Essa evolução é essencial para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e construir um mundo mais sustentável, social, econômica e ambientalmente, para as gerações futuras.