É na infância que se inicia o incentivo à alimentação saudável e inseri-la com produtos orgânicos é de grande ajuda na prevenção de doenças crônicas e no desenvolvimento do sistema imunológico, uma vez que são produzidos sem a utilização de agrotóxicos.
O nível de pesticidas nos alimentos cultivados de forma convencional está relacionado a alguns problemas, como hiperatividade, distúrbios de comportamento, atrasos de desenvolvimento, disfunção motora e até câncer. Em uma análise de grupos mais expostos a esses riscos, um estudo da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, mostrou que alimentos com alto índice de agrotóxico afetam dez vezes mais crianças do que adultos, além de terem efeito cumulativo ao longo da vida.
Benefícios comprovados cientificamente
Na outra ponta, pesquisas científicas apontaram os valores dos alimentos orgânicos, que colaboram para que o seu filho cresça forte e saudável. Publicação da revista científica inglesa British Journal of Nutrition apontou que carnes e laticínios orgânicos têm um teor 50% maior de ômega 3, ácido graxo ligado ao desenvolvimento neurológico. Já dados da organização americana The Organic Center, que realiza estudos sobre o tema, constatou que alimentos produzidos sem defensivos e agrotóxicos contêm níveis 30% maiores de antioxidantes, cujo papel é proteger as células sadias do organismo contra a ação oxidante dos radicais livres.
Legumes, verduras e frutas orgânicas também apresentam mais nutrientes, sabor e duração de vida pós-colheita.
Redução no gasto com remédios
O investimento em uma alimentação à base de produtos orgânicos para as crianças reflete em menor custo com medicamentos. O resultado é graças a pureza desses alimentos possibilitarem que o sistema imunológico da criança esteja preparado para lidar com agressores externos. Como diz o velho ditado, é melhor prevenir do que remediar.
Estímulo também para a consciência ambiental
Incluir alimentos totalmente naturais à vida das crianças também é um incentivo à conscientização ambiental. Desde cedo, é preciso ensinar aos pequenos os impactos que os agrotóxicos causam não só a saúde, mas também à natureza, para que levem esse ensinamento para a vida, afinal, as crianças são o futuro.
Custo-benefício
O valor dos alimentos orgânicos é mais elevado do que os convencionais, diante da pureza que oferecem. Na impossibilidade de custear um cardápio completo, uma saída é priorizar a compra daqueles que contêm mais agentes químicos para minimizar os riscos. No ano passado, levantamento divulgado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) constatou que os alimentos mais afetados são o pimentão, morango e pepino.
Outra dica é procurar produtos da estação, que costumam ser mais baratos, além de comprar diretamente com o produtor, que também pode oferecer um preço mais em conta.
Selo de certificação
Para serem comercializados, os produtos orgânicos devem ser certificados por organismos credenciados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sendo dispensados da certificação somente aqueles produzidos por agricultores familiares que fazem parte de organizações de controle social cadastradas no órgão federal, que comercializam exclusivamente em venda direta aos consumidores.
Faça você mesmo
Se possuir espaço, por que não fazer uma horta e envolver a criançada no plantio, cuidados e colheita? A ação é uma forma de reforçar o trabalho da educação ambiental e estimular o consumo daquilo que eles mesmos ajudaram a plantar. Até em espaços menores há a possibilidade, já que em pequenos vasos podemos cultivar algumas verduras.