Em maio de 2006 foi diagnosticada, pelo Instituto Capixaba
de Pesquisa, Assistência técnica e Extensão Rural (Incaper), a ocorrência, em
algumas lavouras dos municípios de Afonso Cláudio, Castelo, Domingos Martins,
Guaçuí, Itarana, Laranja da Terra e Venda Nova do Imigrante, a presença do
vírus causador do amarelão do tomateiro.
Na safra de 2009, a doença ocorreu com maior intensidade e
com perdas severas em algumas lavouras devido à infecção precoce das plantas.
Todos os híbridos ou cultivares atualmente plantados têm apresentando sintomas
desta virose com maior ou menor severidade.
A doença é causada pelo vírus Tomato chlorosis virus
(ToCV) do gênero Crinivirus, transmitido por moscas-brancas e foi
confirmado, pela análise de RT-PCR seguida de “nested-PCR”, com
oligonucleotídeos iniciadores específicos para a detecção do ToCV.
Os sintomas característicos da doença ocorrem nas folhas,
que apresentam uma clorose generalizada, iniciando pelas folhas baixeiras e
posteriormente alcançando toda a planta, a qual se apresenta com aspecto de um
amarelão generalizado. Nestas condições ocorre uma perda de produção devido à
redução da taxa fotossintética nas folhas das plantas doentes.
As folhas mais velhas podem ficar enroladas, tornando-se
grossas e quebradiças, com manchas de cor púrpura. As folhas da parte mediana
da planta apresentam uma clorose bem acentuada. Os frutos das plantas com
infecção severa apresentam alterações na sua maturação. Geralmente, a doença
inicia-se pelas plantas que estão no início da fileira.
Como os sintomas podem confundir os agricultores, muitas
vezes o diagnóstico está sendo feito de maneira equivocada e atribuído a
deficiências nutricionais, fitotoxidez ou mesmo senescência natural da planta.
É importante que os técnicos fiquem atentos, e em caso de dúvida, procurem um
Laboratório de Fitopatologia para esclarecer o diagnóstico.
Como o vírus se dissemina
O vírus é transmitido das plantas doentes para as sadias
principalmente pela mosca-branca (Bemisia tabaci – biótipo B), que
ocorre atualmente com alta infestação nas lavouras de tomate no Estado. Também
pode ser transmitido pela mosca-branca Trialeurodes vaporariorum, porém,
com menor eficiência.
Manejo da doença
Não existem ainda híbridos ou cultivares comerciais
resistentes para este vírus. Assim, no sentido de evitar a introdução da
doença, sua disseminação nas lavouras e minimizar as perdas, recomenda-se:
þ Produzir mudas em locais protegidos (estufas ou
estufins), isentos de moscas-brancas;
þ As plântulas de tomateiro no estádio de
comercialização não podem apresentar sintomas de clorose ou qualquer outra
doença;
þ Evitar o plantio escalonado na mesma área;
þ Evitar o cultivo continuado de tomateiro na mesma
região onde a incidência e severidade da doença é muito alta;
þ Fazer o monitoramento e controle adequado das
moscas-brancas desde a fase inicial de cultivo;
þ Realizar inspeções minuciosas nas folhas das
plantas, com intervalos de poucos dias nas primeiras semanas após o plantio e
efetuar a erradicação (roguing) imediata das plantas doentes. Geralmente a
doença no campo inicia-se nas plantas das fileiras mais externas das lavouras.