Benefícios ambientais e socioeconômicos incluem a preservação da biodiversidade e o aumento da produtividade
O Brasil cultivou 49,1 milhões de hectares com culturas transgênicas em 2016, um crescimento de 11% em relação a 2015, ou o equivalente a 4,9 milhões de hectares. Nenhum outro país do mundo apresentou um crescimento tão expressivo.
Com essa área, a agricultura brasileira está atrás apenas dos Estados Unidos (72,9 milhões de hectares) no ranking global de adoção de biotecnologia agrícola. As informações são do relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA).
De acordo com a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, a expressiva adoção da biotecnologia agrícola no País está relacionada aos seus benefícios. “A agricultura tropical precisa superar diversos obstáculos e, em virtude disso, o produtor brasileiro tem uma demanda natural por ferramentas que o ajudem a superar esses desafios; a transgenia faz isso com eficiência e segurança“.
No País, a taxa de adoção para a soja geneticamente modificada (GM) é de 96,5%, para o milho (safras de inverno e verão) 88,4% da área foi plantada com variedades transgênicas e no algodão o Ãndice foi de 78,3%.
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Benefícios
O levantamento do ISAAA também revela que a biotecnologia agrícola resultou em benefícios ambientais e socioeconômicos. A adoção de organismos geneticamente modificados (OGM) globalmente gerou uma redução das emissões de dióxido de carbono (CO²) equivalente à retirada de cerca de 12 milhões de carros das ruas em um ano.
Esses dados mostram que a biotecnologia agrícola é uma das ferramentas que contribui para que os países cumpram a recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir significativamente a emissão de gases do efeito estufa até 2030.
Além disso, se a biotecnologia não estivesse disponível para as culturas de soja, milho, algodão e canola plantadas em todo o mundo em 2016, seriam necessários 19,4 milhões de hectares a mais para obter a mesma produção.
Mais renda no mundo
Do ponto de vista socioeconômico, nos países em desenvolvimento, essa tecnologia contribuiu para o aumento de renda de aproximadamente 18 milhões de agricultores.
Para o presidente do conselho do ISAAA, Paul S. Teng, as culturas transgênicas se tornaram um recurso essencial tanto para iniciativas de preservação da biodiversidade quanto para a melhoria da rentabilidade dos agricultores.
No Brasil, um levantamento da consultoria britânica PG Economics revelou que, entre 2013 e 2015, os benefícios econômicos acumulados chegaram a R$ 52 bilhões. Em todo o mundo, 26 países plantaram 185,1 milhões de hectares com variedades GM, um crescimento de 03% se comparado com os 179,7 cultivados em 2015.
Além de Estados Unidos e Brasil, se sobressaem as áreas plantadas com OGM na Argentina (23,8 milhões/ha), no Canadá (11,6 milhões /ha) e na Índia (10,8 milhões /ha).
Destaques
- Adoção sem precedentes: a transgenia é a tecnologia mais rapidamente adotada na história da agricultura moderna. Se em 1996 (ano em que os OGM foram cultivados pela primeira vez) a área plantada era de 1,7 milhão de hectare, em 2016 passou a ser 185,1 milhões de hectares.
- Países desenvolvidos x países em desenvolvimento: pelo quinto ano consecutivo, países em desenvolvimento adotaram mais transgênicos (54% ou 99,6 milhões/ha) do que os industrializados (46% ou 85,5 milhões/ha). Além disso, das 26 nações que utilizam a biotecnologia, 19 estão em desenvolvimento.
- Estados Unidos: em 2016 o País aprovou novas culturas transgênicas com características inéditas – duas variedades de batata e uma de maçã, que podem contribuir para a redução do desperdÃcio de alimentos.
- Europa: quatro países da Europa plantaram OGM em 2016. Ao todo, Espanha, Portugal, Eslováquia e República Checa cultivaram aproximadamente 136 mil hectares de milho transgênico resistente a insetos.
- Comércio Internacional: diversos países que não cultivam OGM importam grãos transgênicos de outras partes do mundo. O país que mais conta com aprovações no mundo é o Japão, com 311 autorizações.
Sobre o CIB
O Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), criado no Brasil em 2001, é uma organização não governamental, cuja missão é atuar na difusão de informações técnico-científicas sobre biotecnologia e suas aplicações. Na Internet, você pode conhecer melhor a instituição por meio do site www.cib.org.br e dos perfis no Facebook, no LinkedIn e no YouTube.
Essa matéria você encontra na edição de setembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.