Gilberto Almeida
Consultor da Growing Frutas Almeida Santos
gilberto@frutasalmeidasantos.com.br
Quando iniciamos ou queremos levantar dados para ingressar em alguma atividade, muitas dúvidas surgem, e até mesmo onde buscar informações sobre fornecedores pode ser uma dificuldade.
No cultivo suspenso de morango não é diferente – encontrar informações sobre quanto se produz por semana, qual variedade plantar, qual modelo de plantio utilizar e como adubar pode fazer com que muitos empreendedores desistam da empreitada ainda no plano de negócios.
Então vamos apresentar algumas das respostas que nós, da Growing Frutas Almeida Santos, encontramos em oito anos de cultivo iniciados no solo, passando por slabs, e seis anos em calhas de poliestireno em nossa propriedade e de nossos clientes.
Qual variedade plantar?
San Andreas. Sim, é a variedade que no sistema de cultivo suspenso tem apresentado melhores resultados se comparada à variedade Albion, também de dia neutro. Dependendo da região e do manejo, observa-se até 20% a mais de produtividade, com menor exigência de mão de obra.
Independente da variedade, é interessante frisar que aquelas de dia curto também produzem no cultivo suspenso, porém, o produtor tem que ficar atento, pois assim como no solo, essas cultivares têm uma queda acentuada de produtividade entre novembro e março, muitas vezes parando de produzir.
Quanto de morango colhemos por semana?
Com a variedade San Andreas, tendo como referência o clima e altitude da cidade de Pouso Alegre (MG), nos meses de outubro, novembro e dezembro são colhidas, em média, 38 caixas de 1,2 kg para cada mil plantas por semana, e nos meses de fevereiro, março e abril são colhidas, em média, 29 caixas de 1,2 kg para cada mil plantas por semana.
Não estão sendo considerados aqui os frutos destinados à indústria (congelados) e as perdas que giram em torno de 3%.
Quanta mão de obra necessito?
Depende muito da experiência, obviamente, mas considere uma pessoa para cada 08mil plantas. Vale lembrar que, dependendo da variedade escolhida e nos dias de pico de produção, mão de obra extra será necessária.
Em 08 mil plantas uma pessoa dedicada integralmente consegue fazer toda a manutenção e manejo necessários, como limpeza de folhas e estolões, irrigação e pulverizações.
Qual plástico difusor utilizar?
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Existem muitas opções no mercado ” plásticos com 120 micras e cinco camadas, sendo uma delas antiestética, que faz um excelente trabalho de difusão de luz e ajuda muito na manutenção dos materiais. Nesta micragem existe boa resistência a ventos, sem prejudicar a estrutura da estufa, em casos de tempestade.
Sobre a limpeza/lavagem do plástico difusor, o ideal é que seja feita no mês de março, pouco antes do outono, em média a cada dois anos. Desta maneira melhoramos a incidência de luz e aumentamos a temperatura dentro da estufa.
Em algumas regiões mais quentes, o uso do plástico difusor azul é uma boa opção a se considerar.
E o substrato?
Atualmente, a fibra de coco pura tem se destacado. Misturas com 70% de fibra e 30% de pó de fibra de coco colaboraram para uma produtividade de 1,280 gramas de morango em 10 meses de colheita no Sul de Minas.
Vale destacar que essa mistura pode ser diferente, de acordo com a necessidade de cada região. É muito importante que a fibra tenha procedência, pois misturas mal feitas ou fibras mal lavadas podem colocar todo o projeto a perder.
Investimento
Entre R$7,00 e R$10,00 por planta de investimento no primeiro ano, incluindo as mudas. Nas calhas de poliestireno (isopor), na troca do plantio o custo é das novas mudas e reposição de 5% de substrato.
Este investimento tem como base 15 anos para cálculo de depreciação em 95% dos materiais utilizados.Como em todo negócio existem riscos e pontos a serem observados, 50% do sucesso do empreendimento no cultivo suspenso está na comercialização, em que o preço médio nas centrais de distribuição do Sudeste foi de R$7,50 por caixa na última safra. Neste valor o payback acontece entre 15 e 18 meses.
O ideal é que o empreendedor busque atender o consumidor diretamente, pelo menos em parte da sua produção, eliminando atravessadores e aumentando o preço médio de seu produto.
Essa matéria você encontra na edição de junho da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar.
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