Ministério da Agricultura libera registros de 28 defensivos agrícolas e princípios ativos considerados extremamente tóxicos para as plantas e, principalmente, aos animais polinizadores como as abelhas.
Segundo informações divulgadas no Diário Oficial da União em 10 de Janeiro, dentre os agrotóxicos liberados estão o Sulfoxaflor, Metomil e Imazetapir, considerados muito perigosos para o equilíbrio ambiental, mas tidos como alguns dos mais vendidos aos produtores rurais.
Uso inadequado dos agrotóxicos
Como são danosos à saúde se não utilizados de acordo com a determinação dos órgãos públicos no Brasil, o uso incorreto pode ocasionar problemas a pequeno, médio e longo prazo. Como exemplo, esses defensivos agrícolas provocam tonturas, vômitos, dificuldades respiratórias, irritações, desmaios e até convulsões. Por isso, é importante seguir à risca todos os alertas vigentes sobre a utilização dos produtos e usar proteções adequadas para determinado tipo de agrotóxico.
Dos 450 agrotóxicos de alimentos liberados pelo Governo no ano passado e em 2019, apenas 52 são considerados de baixa toxicidade. Por isso, se atente às recomendações de manuseio e aplicação instruídas na embalagem para que não tenha a saúde afetada e não prejudique o meio ambiente.
Proibido nos EUA
Polêmico fora do Brasil, o agrotóxico Sulfoxaflor é o que tem causado polêmica entre muitos ativistas e órgãos de defesa do meio ambiente e direito dos animais. Isso porque, quando liberado em massa nos Estados Unidos, foi constatado que seu uso não só eliminava pragas, mas também exterminada abelhas, importantes polinizadoras. Por isso, hoje em dia a utilização do pesticida no país é de uso controlado para a proteção dos insetos.
Porém, aqui no Brasil, órgãos como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) classificaram o Sulfoxaflor como um agrotóxico medianamente tóxico e perigoso ao meio ambiente. Nas áreas rurais, ele é utilizado na plantação de algodão, soja, nozes, uvas, batatas, morangos e determinados tipos de legumes.
Vetados na Europa
Dentre os 40 novos tipos de agrotóxicos aprovados para a utilização no Brasil, aproximadamente 11 deles não são permitidos na União Europeia. Um exemplo é o Fipronil, proibido na França por também matar abelhas em massa e responsável por agir nas células nervosas dos insetos. Utilizado em culturas de girassol, maçã e até mesmo na produção de coleiras antipulgas de animais de estimação, no Brasil é legalizado para a aplicação em plantações de arroz, cevada, feijão, soja, trigo e milho.
Outros também vilões na vida das abelhas, para o meio ambiente e para nossa saúde são os pesticidas Imazetapir e Diquate, proibidos na Europa depois de estudos constatarem alto risco para a saúde dos trabalhadores e moradores próximos às plantações e até mesmo animais de fazenda como o porco e a galinha.
Se você quer consumir alimentos com menos agrotóxicos ou com nenhum, é importante que busque novas alternativas de consumo. Um bom exemplo é a plantação caseira de alguns legumes ou a compra de alimento dos pequenos agricultores orgânicos que utilizam produtos sem agrotóxicos para o cultivo das plantas.