Douglas José Marques
Doutor e professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano-UNIFENAS
glauciogenuncio@gmail.com
Nos últimos anos, o cultivo da berinjela vem se desenvolvendo muito, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, tendo em vista que seus frutos são muito nutritivos e saborosos. Os países com maior produção são Israel (42,698 kg ha-1), valor bem acima daquele atingido na China (16,257 kg ha-1) e na América do Sul (13,061 kg ha-1), e ainda, no Brasil 25,981 kg ha-1, sendo os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro os dois maiores produtores.
A maior produção de berinjela é no Estado de São Paulo eatualmente são comercializados 24,521 toneladas.
O mercado consumidor brasileiro tem se tornado cada vez mais exigente quanto à qualidade do produto e preço, o que tem levado os produtores de oleráceas à utilização de cultivares e híbridos de alta produtividade e qualidade de frutos.Dentre essas cultivares se enquadra a berinjela japonesa.
Cultivo protegido de berinjela
O cultivo de berinjela japonesa deve ser feito preferencialmente em ambiente protegido. Esse sistema de produção favorece a maior adaptação da cultura, produção e frutos com maior qualidade.
A cultura da berinjela necessita de temperatura alta para o seu desenvolvimento, então, a utilização do cultivo protegido possibilita maior temperatura, que se traduz em ganho de eficiência produtiva, além de o cultivo protegido reduzir o efeito da sazonalidade, favorecendo a oferta mais equilibrada ao longo dos meses. Além disso, pode encurtar o ciclo de produção.
As variedades de berinjela mais comercializadas apresentam formato alongado, de 13 a 17 centÃmetros de comprimento, e cor roxo-escura, quase preta. Mas há também frutos com características diversas, como os finos e alongados de cultivares do tipo japonês, plantadas em São Paulo. São encontrados nas cores roxa e verde.
As arredondadas do tipo italiano têm casca púrpura ou rosa rajada, polpa adocicada e poucas sementes.As cultivares de berinjela japonesa com maior aceitação pelo mercado consumidor e pelos produtores são Kokuyo, ShoyaLong, KumamotoNaganassu, KokushiOonaga, KuroKunishiki. No entanto, o produtor deve procurar um agrônomo para indicar a cultivar que tenha maior aceitação comercial na sua região.
Por que em estufas?
As vantagens e oportunidades do cultivo protegido são muitas, dentre as quais:
ðAumenta a produtividade da cultura;
ðPossibilita o controle do ambiente, permitindo a produção de diversas culturas em diferentes regiões e épocas do ano;
ð Diminui o ciclo da planta;
ð Reduz o consumo de água, já que o sistema fechado reduz a evapotranspiração;
ð Proteção contra chuva, granizo e geadas;
ð Controle do vento e da radiação solar;
ð Melhor condição de trabalho para os funcionários;
ð Possibilidade de produzir e comercializar produtos diferenciados.
Para as oportunidades, destacamos:
â–º Possibilidade de bom retorno econômico em áreas de pequena escala de produção;
â–º Consumidores dispostos a pagar mais por produtos de qualidade, especialmente por hortaliças diferenciadas;
â–º Comercialização na época de entressafra;
â–º Opção para regiões com alto custo da terra.
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Dicas importantes
Antes de migrar para esse tipo de sistema de produção, não somente o produtor, mas também seus funcionários precisam estar capacitados a fazer o manejo correto, o qual difere do realizado em campo aberto em alguns momentos. Muitas doenças em cultivo protegido tendem a ser mais severas que em campo aberto.
Na maioria das vezes, a vulnerabilidade da planta está associada à prática comum de adensamento realizada em estufas, que cria condições favoráveis a determinadas doenças. Por isso, é de suma importância o conhecimento técnico, que determinará a produtividade a ser obtida ao longo dos anos.
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