Qual melhor região para o cultivo protegido?
Em regiões com condições climáticas adversas, tais como frio intenso, chuvas e ventos, a cobertura de plástico permite que se cultive berinjela praticamente o ano todo. Este tipo de cultivo geralmente reduz o ataque de pragas e doenças e propicia economia de insumos. Os frutos apresentam melhor aparência e qualidade e o período de colheita prolonga-se por mais tempo.
Dicas para o cultivo protegido:
O plantio deve ser evitado em áreas que já tenham sido ocupadas com tomate, pimentão, pimenta, jiló, batata ou com a própria berinjela, nos últimos três anos. Além disso, o plantio deve ser feito em locais onde o terreno tenha uma declividade de até 4% e que seja livre de ventos fortes.
Após a limpeza do terreno, faz-se a aração a uma profundidade de 30 cm, seguida de gradagem de nivelamento. O passo seguinte é a calagem, feita com base na análise de solo, como recomendado para cultivo em campo aberto.
Caso tenham ocorrido doenças de solo (fúngicas e/ou bacterianas) e nematóides em plantios anteriores, recomenda-se a desinfestação do mesmo através de solarização ou do emprego de produtos químicos indicados para este fim, rotação de cultura (com uma gramínea) e uso de cultivares resistentes.
O próximo passo é a construção dos canteiros com o auxílio de um microtrator com sulcador ou roto-encanteirador. O canteiro deve ter de 1,0 m de largura e aproximadamente 0,2 m de altura, e a distância entre os canteiros deve ser de 0,4 a 0,6 m. A berinjela normalmente é cultivada em fileiras simples, com espaçamento variando de 1,2 a 1,5 m entre linhas e 0,6 a 1,0 m entre plantas, em função das condições ambientais e da cultivar.
A adubação básica (orgânica e química) em cultivo protegido é similar à recomendada em cultivos em campo aberto e também deve ser realizada com base na análise de solo. É feita em torno de cinco dias antes do plantio e distribuída a lanço sobre o canteiro. Para a incorporação dos fertilizantes ao solo pode-se utilizar enxada rotativa ou roto-encanteirador.
Em ambientes protegidos a cobertura do solo é usual (mulching), evitando-se a capina. O plástico é colocado logo após o levantamento do canteiro, a adubação básica e a montagem dos gotejadores, tomando-se a precaução de cavar em volta do canteiro para enterrar as bordas do plástico.
Qual o melhor sistema de irrigação para o cultivo protegido
O sistema de irrigação mais adequado é o gotejamento, que permite aplicação localizada da água, sem molhar a parte aérea da planta. Em solos de textura média e argilosa usa-se uma linha de gotejamento por linha de plantas de berinjela, com espaçamento de 0,3 a 0,4 m entre gotejadores.
As cultivares híbridas indicadas para cultivo protegido estão listadas na Tabela 1. A produtividade média neste tipo de sistema atinge 15 kg por planta.
No transplante das mudas o mulching deve ser perfurado com um tubo ou com uma lata aquecida por uma estopa com óleo diesel.
O tutoramento normalmente é feito colocando-se um fio de arame 16 a cada 0,3 a 0,4 m e amarrando as plantas. Ou ainda, fazer tutoramento com uma estaca de madeira ou bambu junto de cada planta. À medida que as plantas forem crescendo, é feita a amarração dos ramos nos tutores. Deve ser feita também a desbrota ou a eliminação das brotações que forem surgindo na haste principal, abaixo da primeira bifurcação e nas bifurcações de ramas já crescidas.
Toda a adubação de cobertura deve ser feita via água de irrigação (fertirrigação). Recomenda-se começar a fertirrigação 30 dias após o transplante e não exceder na adubação nitrogenada, evitando-se assim o desenvolvimento vegetativo excessivo das plantas. Até a formação dos primeiros frutos a relação N:K deve ser de 1:1 e, após esta fase, a proporção recomendada é de 1:1,5 ou 1:2,5. Na Tabela 2, apresenta-se uma sugestão de adubação via fertirrigação para a cultura da berinjela. Esta sugestão é uma aproximação do que seria uma fertirrigação básica para a cultura. Pode ser utilizada quando não há possibilidade de se fazer análise química do solo. No entanto, o ideal é que se tenha em mãos os resultados da análise do solo para que se possa recomendar a fertirrigação de modo eficiente. Normalmente, durante a execução da fertirrigação, no primeiro ¼ do tempo a irrigação é feita somente com água, seguida de ½ do tempo com o fertilizante diluído em água e de ¼ final do tempo com água e ácido fosfórico. A condutividade elétrica do extrato de saturação do solo deve estar na faixa de 1,0 a 1,4 mS.
Em geral, as principais pragas em cultivo protegido de berinjela são pulgões, mosca-branca, tripes, ácaros e mosca-minadora. O controle de pragas deve ser feito quando se notar a presença e/ou sintomas nas plantas em função do ataque das mesmas.
Quais as doenças que ocorrem no cultivo protegido?
As doenças que ocorrem com maior freqüência no cultivo protegido de berinjela são ascoquitose ou seca-dos-ramos (Aschochyta phaseolorum, Aschochyta spp.), podridão-algodão (Phytophtora spp. e/ou Phytium spp.), oídio (Leveillula taurica), mosaico e nematóides-de-galha. Iniciar o tratamento químico com produtos recomendados após o aparecimento dos primeiros sintomas.
Além do controle químico de pragas e doenças, algumas medidas preventivas devem ser tomadas antes da instalação da cultura, como: uso de cultivares resistentes; solo bem drenado; preparo, correção e adubação do solo adequados; rotação de cultura; eliminação de restos culturais e plantas hospedeiras e tratamento do solo e das sementes.
A colheita tem início quando os frutos atingem o tamanho comercial (17 a 20 cm de comprimento), que corresponde a 45 a 60 dias após o transplante (em função da cultivar e das condições ambientais). Quando a temperatura ultrapassa 37°C ou a umidade é inferior a 40%, ocorre abortamento de flores. O monitoramento da temperatura dentro da área coberta ajuda a evitar esse tipo de problema. A utilização de coberturas de plástico com as laterais abertas ou fechadas, com mecanismos manuais ou automáticos de levantamento e abaixamento das mesmas, também aumentam a taxa de pegamento de frutos.
Quais são as vantagens do cultivo protegido
- Aumento da produtividade;
- Economia de agua e insumos
- controle do ambiente, permitindo a produção de diversas culturas em diferentes regiões e épocas do ano;
- Proteção contra chuva, granizo e geadas;
- Controle do vento e da radiação solar;
- Melhor condição de trabalho para os funcionários;
- Possibilidade de produzir e comercializar produtos diferenciados como miniprodutos/baby (miniabóbora, minimelão, minimelancia entre outros).
- Possibilidade de bom retorno econômico em áreas de pequena escala de produção;
- Consumidores dispostos a pagar mais por produtos de qualidade, especialmente por hortaliças diferenciadas;