Mais de 350 pessoas passaram pelo evento, todos em busca de mais qualidade e sustentabilidade para seu cultivo
O 11º Encontro Brasileiro de Hidroponia, realizado entre os dias 08 a 09 de setembro, em Florianópolis (SC), reuniu mais de 350 pessoas, considerado um público muito bom, diante da crise atual. “Todos os eventos estão tendo dificuldades, e nós conseguimos manter o público, o que foi um sinal de que a hidroponia está indo muito bem“, avalia Jorge Barcelos, organizador do evento.
No total, mais de 30 estandes expositores e mais de 40 patrocinadores acreditaram no encontro e apresentaram seus lançamentos, confirmando a solidez do setor. “Tivemos, inclusive, a presença de uma empresa espanhola que quis observar a realidade do Brasil. Surgiram adubos líquidos, desde aqueles utilizados em pequenas doses, até os líquidos em tonelada, além de tubos e calhas com tampa removÃvel para hidroponia“, enumera Jorge Barcelos.
Outras novidades que atraÃram os visitantes foram os novos adubos e colas entomológicas mais fáceis de utilizar, pois são aderidos em filmes amarelos ou azuis, cores que atraem o inseto e o deixam colado, com o contato. Sua durabilidade é de seis meses a quatro anos.
Palestras
As palestras contaram com o produtor rural Paulo de Almeida, que mostrou seu manejo de produção nas culturas que vão da alface ao tomate, com o tema ‘Diferentes métodos de cultivo hidropônico e seus manejos’.
“Tivemos outra palestra sobre o cultivo de tomate em vaso, o que desperta muito a atenção, ministrada por um produtor de Viçosa, Victor Almeida, que é mestre e doutorando no assunto, e passou muitas informações importantes para o cultivo de tomate“.
O professor Pedro Furlani abordou o tema ‘Fertilizantes líquidos para hidroponia’, que é um assunto de interesse crescente por parte de produtores, pois em alguns países é muito utilizado. “A grandeza geográfica do Brasil dificulta a logÃstica de distribuição do adubo líquido devido ao volume, mas há demanda“, disse.
Outro tema de interesse foi a palestra do técnico agrícola ÉlcioSteyding, que falou sobre ‘Morango hidropônico produzido em travesseiro com vendas na própria horta’, e um método especial para o controle de doenças. Ele ainda palestrou sobre a irrigação equilibrada, condição essencial para a cultura, que é muito sensÃvel ao excesso de umidade.
Foram abordadas, também, as regras básicas, como cultivar em estufas com plástico para não pegar chuva, fazer telamento lateral, criar sala de entrada para dificultar a entrada de insetos na produção e optar pelos produtos naturais de controle.
Dando continuidade à irrigação no morango, a professora da Universidade Federal de Pelotas, Roberta Peil, mostrou que a instituição está integrada com os produtores,envolvendo inclusive os agrônomos e técnicos da Emater, os quais refinam tecnologias para que o sistema de irrigação seja em circuito fechado, por uma questão ambiental e para otimizar a água e a solução nutritiva. O tema trabalhado por ela foi ‘Cultivo do morangueiro em substrato: aspectos técnicos e ambientais de sistemas abertos e fechados’.
Hortaliças diferenciadas
O doutor em Horticultura, Cyro Paulino Costa,identificou em sua palestra ‘Opções de folhosas para cultivo hidropônico’ as muitas plantas especiais utilizadas na culinária, como o manjericão, por exemplo, que engloba vários tipos, embora os produtores cultivem apenas umou dois. Ele mostrou, ainda, vários tipos diferenciados de chicória, temperos brasileiros poucos conhecidos e que podem ser mais explorados.
Já Jorge Barcelos palestrou sobre o controle de pragas e doenças em hidroponia, com métodos mais naturais que vão de encontro à sustentabilidade. Dando sequência ao assunto, Walter Seiffert, professor da UFSC, falou sobre ‘Produção de sal-verde e camarão marinho em sistema de aquaponia com bioflocos’.
A palestra sobre aquaponiacom peixe de água doce ou camarão foi ministrada pelo doutorando das UniversidadesUFSC e UDESC, Marcos Blum, que discorreu didaticamente sobre o assunto. “Ainda são poucos os produtores de aquaponia, mas estamos fomentando, e para isso mostrando como funciona a aquaponia“, avalia Jorge Barcelos.
Maturidade profissional
O Encontro Brasileiro de Hidroponia entrou em sua fase de maturidade profissional. “Especializamo-nos em fazer e trazer o melhor da hidroponia. As empresas ficaram muito satisfeitas, recebemos muito elogio também do público, a qualidade das palestras foi muito boa, muito esclarecedoras, e agora vale apenas olhar para frente e reconhecer o ano de trabalho que tivemos para preparar o congresso. É um trabalho que tem valido a pena, porque é um ambiente que socializa informações, e as pessoas saem daqui cheias de energia, respostas, informações e tecnologias para aplicar em suas atividades“, orgulha-se Jorge Barcelos.
Ainda segundo ele, o objetivo do evento é difundir a tecnologia, o que tem sido cumprido com êxito. “Sentimo-nos com a missão cumprida, e agora vamos nos preparar para manter o nível do congresso em sua próxima edição.O congresso passará a ser bianual, porque a hidroponia já está caminhando por si só, e por isso já não há a necessidade do evento ser anual“, conclui o organizador do Encontro.
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