A murcha de phytophthora ou murchadeira, causada pelo fungo Phytophthora capsici é uma das doenças
de solo mais importantes do pimentão. O patógeno ataca plantas em qualquer
estádio de desenvolvimento. Em condições de sementeiras, a doença se manifesta
como tombamento das plântulas. Em plantas adultas provoca podridão do colo e
das raízes, acarretando murcha da parte aérea, secamento e morte, podendo
causar perdas de até 100%.
Em condições de alta umidade a phytophthora pode causar
necrose no caule, folhas e frutos. Em todos os tecidos colonizados aparecem
frutificações esbranquiçadas e cotonosas. O patógeno ocorre em locais quentes e
úmidos, com temperatura variando de 25 a 30ºC.
O fungo Phytophthora
capsici (Pc) sobrevive por longos períodos no solo por meio de uma estrutura
de resistência (oósporo) que, ao encontrar condições ambientais favoráveis de
alta umidade e calor, volta a se desenvolver e causar a doença.
Sua disseminação pode ocorrer pela água de irrigação ou da
chuva, implementos agrícolas, vento e mudas contaminadas.
Controle
Diversas medidas de controle têm sido adotadas a fim de
impedir que a doença se estabeleça: rotação de culturas, solarização, manejo da
irrigação, controle biológico, uso de microrganismos antagônicos, resistência
genética, enxertia e controle químico.
Em ambiente protegido, os patógenos de solo representam um
desafio ainda maior ao cultivo do pimentão, pois são muito mais agressivos sob
condições de alta umidade e temperatura.
Sua ocorrência é comum em solos de estufa com problemas de
salinização, conduzidos geralmente com manejo inadequado. Dentro deste esforço
no sentido de apresentar alternativas viáveis, a enxertia surge como uma
prática com potencial para minimizar problemas ocasionados por patógenos de
solo.
Como
funciona
A enxertia em hortaliças, sendo uma técnica exigente em mão
de obra qualificada, é adequada a culturas e materiais genéticos de grande
valor de mercado e para pequenas áreas de produção, como é o cultivo em
ambiente protegido. Nos últimos anos, houve um incremento considerável da
pesquisa sobre o assunto.
Diferentes métodos de enxertia têm sido estudados e já há
híbridos comerciais de porta-enxerto no mercado para pimentão com alta
resistência aos patógenos de solo. Para o pimentão, os dois métodos mais
aplicados à enxertia são: bisel e fenda cheia.
Contra
doenças
A enxertia em pimentão visando o controle de P. capsici, assim como o controle de
outros patógenos, é viável sob o ponto de vista técnico e econômico, em que
resultados práticos obtidos em ensaios com porta-enxertos resistentes à doença
apresentaram aumento da longevidade na colheita, aumento da produtividade
(aproximadamente 25 a 30 %), aumento do pegamento de frutos no ponteiro,
melhora no aproveitamento de água e nutrientes do solo, maior vigor de planta,
menor uso de agrotóxicos para controle de patógenos de solo e menor mortalidade
de plantas.
Assim, a enxertia em pimentão proporciona um ótimo custo-benefício,
o que compensa, e muito, os gastos com a aquisição da muda enxertada.