Uma alternativa simples e sustentável para a secagem do café, que garante melhor qualidade ao produto, foi o que motivou agricultores de Águia Branca a conhecerem a propriedade do senhor Ozílio Partelli, no município de Vila Valério. Na localidade, existem oito estufas de secagem de café que utilizam energia solar. A excursão técnica ocorreu nesta segunda-feira (25) e foi uma iniciativa do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Para o chefe do escritório local de Águia Branca, Eduardo Tigre, o objetivo da visita foi promover a melhoria da qualidade do café no município. “Atualmente, praticamente todos os produtores de Águia Branca utilizam o secador com fogo direto, o que diminui a qualidade do café. A partir da visita à estufa, os produtores poderão implementar em suas propriedades uma alternativa sustentável para a secagem dos grãos”, explicou Eduardo.
Estufa para secagem de grãos
A estufa é uma estrutura coberta utilizada para a secagem de café e também de outros grãos. “Em terreiros a céu aberto, após espalhar os grãos, o agricultor precisa juntar todo o café, pois há risco de chuvas e outros eventos climáticos. Também se utiliza mais mão de obra. Com o uso de estufas, o café fica protegido das chuvas e permanece espalhado durante a secagem, o que garante a sustentabilidade desse processo, pois se utiliza energia solar, o que proporciona maior qualidade à bebida. Em geral, secadores convencionais costumam fazer grande uso de energia e lenha para seu funcionamento”, explica o extensionista do Incaper do município de Vila Valério, Gustavo Maniak.
Os benefícios da utilização da estufa para a secagem do café são de ordem econômica e ambiental. Além de reduzir o esforço físico das famílias produtoras, uma vez que não é necessário juntar diariamente os grãos espalhados, como ocorre nos terreiros convencionais, aumenta a rentabilidade para os agricultores. “Ocorre maior rendimento dos grãos após a secagem e, em decorrência da boa qualidade dos grãos, há maior valor agregado ao produto. Além disso, há diminuição dos gastos por não terceirizar a secagem em secadores convencionais”, afirma o extensionista do Incaper, Emanoel Chequetto. Em termos ambientais, as vantagens para o uso da estufa são a não utilização da queima de lenha como ocorre nos secadores convencionais.
As vantagens desse processo na secagem do café são confirmadas pelo senhor Ozílio Partelli, que utiliza as estufas há cerca de 10 anos. “Comparado aos métodos tradicionais de secagem de café, a estufa garante maior qualidade ao produto. Além disso, também podemos secar outros grãos, como pimenta do reino, milho, feijão e arroz”, afirma Ozílio. O custo de implantação é relativamente baixo quando comparado a secadores mecânicos. Segundo o produtor, seu custo variou, em média, de R$ 25 a R$ 30 o m² de estufa.
Hoje, cerca de 32 estufas atuam na secagem de café, no município de Vila Valério. A iniciativa continua sendo fomentada pelo Incaper, por meio do Programa de Qualidade de Café Conilon, neste e em outros municípios capixabas.
Fonte: Governo do Espírito Santo