Originário da Europa, região do Mediterrâneo, pertencente à
família Apiácea, a mesma da salsa, cenoura e mandioquinha-salsa, também
conhecido como aipo, aipo-branco, aipo-rábano, aipo-tronchudo ou aipo-gigante,
o salsão é uma hortaliça bastante cultivada nos países de clima temperado.
É uma planta que não necessita de muita luz e suporta
temperaturas entre 5,0 e 30ºC, sendo ideal para o seu cultivo de 10 a 25º.
As geadas fortes conseguem derrubar e estragar uma plantação e, como tal, esta
deve estar bem protegida.
O aipo é uma planta com um ciclo cultural anual que pode ser
cultivada durante as estações do inverno e da primavera e a sua colheita
inicia-se 150 a 180 dias após o cultivo. Destaca-se que o amadurecimento dos
aipos nos meses mais frios faz com que o seu sabor seja mais doce e aromático.
Versatilidade
Todas as partes podem ser utilizadas na cozinha. Com folhas
aromáticas e saborosas, é indicado para dar sabor a sopas, cozidos, peixes,
aves e assados em geral. Pode ser consumido cru, cortado em rodelas ou ralado,
acrescentando uma textura crocante às saladas.
A maior parte dos cozidos, ensopados, molhos e caçarolas se
enriquecem e se perfumam com um simples ramo de aipo, pois esta planta possui
um óleo com aroma muito forte que se mistura aos alimentos durante o cozimento.
Tanto as folhas (que temperam sopas em geral), quanto o talo
(usado como tempero, consumido cru ou cozido) são aproveitados. Vai bem em
saladas e ensopados, sendo consumido preferencialmente o pecíolo ou talo da
folha.
O sal de aipo pode ser utilizado em molhos, saladas ou em
drinks como “bloody mary”. Os frutos são um forte tempero, apesar de incomuns.
Todas as partes são fortemente aromáticas. Comparada com as formas selvagens e
o tipo usado pelos romanos, as espécies plantadas atualmente são desprovidas de
amargor. É fonte de vitamina A e, em menor quantidade, vitamina C.
No Brasil, o consumo de aipo é baixo, devido provavelmente
ao desconhecimento pela maioria dos consumidores de suas qualidades e modo de
preparo.
Opções
Há várias cultivares de salsão, que podem ser classificadas
como tradicionais, cultivares de branqueamento natural ou auto branqueadas,
cultivares americanas ou verdes, e cultivares de folhas.
Cultivares tradicionais têm hastes das folhas verde
esbranquiçadas, rosadas ou avermelhadas, e normalmente sofrem um processo de
branqueamento para adquirirem um sabor mais doce e aroma característico.
Cultivares de branqueamento natural são próprias para o
plantio com alta densidade de plantas, de forma que a própria folhagem realiza
o sombreamento e assim o branqueamento parcial das hastes das folhas. Estas
cultivares geralmente têm hastes verde-claras ou creme amareladas.
Cultivares americanas ou verdes têm hastes que são
consumidas sem que se realize o branqueamento. As cultivares de folhas são mais
apropriadas para condimento, mas suas hastes, que são mais finas, também podem
ser utilizadas como verdura.
As cultivares tradicionais são consideradas as de melhor
sabor, mas exigem mais trabalho do horticultor em seu cultivo.
Cultivo
protegido
O cultivo protegido em estufa consiste em uma técnica que
possibilita certo controle de variáveis climáticas, como temperatura, umidade
do ar, radiação solar e vento, composição atmosférica, além do solo.
Auxilia na redução das necessidades hídricas (irrigação), por
meio do uso mais eficiente da água pelas plantas e aproveitamento dos recursos
de produção (nutrientes, luz solar e CO2), resultando em precocidade
de produção (redução do ciclo da cultura) e redução do uso de insumos, como
fertilizantes (fertirrigação) e defensivos.
Esses controles se traduzem em ganhos de eficiência
produtiva, além do que o cultivo protegido reduz o efeito da sazonalidade,
favorecendo a oferta mais equilibrada ao longo dos meses. No cultivo protegido,
quando se tem conhecimento técnico é possível aumentar a segurança na produção
e valorizar ainda mais o produto que, por si só, já é rentável.
Sob esse sistema também é observada a diminuição dos gastos
com controle de pragas e doenças, especialmente na produção de mudas, visto que
essas plantas produzidas em estufas apresentam menor incidência de pragas e
doenças.
Cuidados
Os ganhos em qualidade e em produtividade são apontados como
principais vantagens. Um aspecto importante a ser observado é o planejamento da
produção, dos custos e do mercado para que possa ser uma ferramenta de alta
eficiência.
Há, também, a forma de cultivo conhecida como “semi protegido”,
uma vez que não se trata de controle do ambiente, mas apenas de proteção da
planta contra chuvas, tendo como benefícios adicionais a redução do uso de
defensivos. O túnel evita excessos de chuva, falta de água ou mesmo danos
provocados por granizo.
Por outro lado, é necessário considerar as especificidades
do cultivo protegido no manejo de solo, de água e, inclusive, da planta para
que a ocorrência de problemas não inviabilize e torne excessivamente custosa a
produção.
Principalmente no cultivo protegido em solo, cuidados como
dosagem de adubos, rotatividade de culturas e aplicação de material orgânico
são essenciais para que a prática seja compensadora.
Recomendações
Deve-se conhecer muito bem as espécies que serão cultivadas,
principalmente quanto às exigências ambientais e nutricionais, ou seja,
conhecer as necessidades fisiológicas das plantas, o ambiente em que serão
plantadas, não só em termos de região, mas de localização, coletando
informações sobre temperaturas reinantes (máxima e mínima), período de maior
chuva, predominância de ventos, culturas adjacentes e permanência de uma mesma
cultura.
Em cultivo protegido chama a atenção dos produtores,
especialmente porque algumas espécies apresentam limitações em determinadas
regiões e épocas do ano. O cultivo em ambiente protegido, por sua vez, tem
tornado viável a produção com qualidade durante o ano todo.
Um
pelo outro
A vantagem observada está na melhoria da qualidade,
principalmente relacionada à aparência e sanidade, com redução do uso de
químicos, e a produção em todas as épocas do ano.
Para o sucesso na produção, é necessário a utilização de
sementes e material propagativo de boa qualidade e de origem conhecida: com
identidade botânica (nome científico) e bom estado fitossanitário; focar a
produção em plantas adaptadas ao clima e solo da região; a água deve ser limpa
e de boa qualidade.
A qualidade do produto é dependente dos teores das
substâncias de interesse, sendo fundamentais os cuidados no manejo e colheita
das plantas, assim como no beneficiamento e armazenamento da matéria-prima.
Entre os diversos métodos que são utilizados para a redução
da temperatura, a utilização de telas de sombreamento em ambiente protegido vem
sendo indicada como uma das soluções de menor custo econômico. No entanto, é
importante que se estabeleça níveis adequados de sombreamento, não prejudiciais
ao desenvolvimento e à produção das culturas.
BOX
Custo
Para se implantar 1.000 m2 de estufa em cultivo
com fertirrigação, o produtor investirá aproximadamente R$ 70.000,00 e seu
retorno ocorrerá em três anos. O custo de produção será em torno de R$ 0,12 por
maço, com a produção estimada em 9.000 maços por 1.000 m2.
O cultivo protegido melhora a qualidade e produtividade das
hortaliças folhosas, além de garantir a produção no período de entressafra. Assim,
o sistema caracteriza-se por seu excelente custo-benefício.