O mercado de microverdes tem ganhado cada vez mais espaço na horticultura brasileira. Nesta matéria, que é a primeira da coprodução entre o Canal do Horticultor e a Revista Campo & Negócios, trazemos uma revisão geral sobre o tema. Confira:
O que são microverdes?
- Uma fase da planta, ainda jovem, colhida logo após a emissão e desenvolvimento das primeiras folhas cotiledonares;
- São micro hortaliças, colhidas na fase da plântula (entre 7 a 15 dias após cultivo);
- Ocupam pouco espaço e proporcionam o benefício do ciclo rápido e da rotatividade, além do alto valor agregado, que pode trazer excelente retorno financeiro aos produtores rurais.
Em quanto tempo é possível colher uma produção?
- O tempo entre semeadura e colheita varia conforme a espécie, condições ambientais (temperatura, luminosidade, umidade) e método de produção. Para espécies de brássicas como rúcula, couve e repolho, a germinação ocorre em cerca de 2 a 3 dias e a colheita pode acontecer na semana seguinte, 7 a 10 dias após o início do cultivo.
Os microverdes de rabanete são os mais rápidos ao finalizar seu desenvolvimento, quanto os de salsa e beterraba, estão entre os que levam mais tempo.
Este é o Rabanete Ganga, com hastes coloridas e super saboroso.
Algumas espécies levam um pouco mais de tempo para estarem aptas à colheita. É o caso das acelgas e beterrabas, mas esta espera compensa, pois a beleza, sabor e coloração dos seus microverdes já conquistaram chefes e cozinheiros de todo o Brasil.
Qual é o menor projeto viável para produção?
Nesta matéria produzida pelo Canal do Horticultor, você confere um passo-a-passo super simples para construir uma bancada de produção, com sistema de irrigação por floating.
Os sistemas de produção podem ser feitos com baixo custo e adaptando as instalações conforme a realidade de cada produtor. Clique aqui para saber mais.
Microverdes e Rastreabilidade
Tanto no Brasil como no mundo todo existem empresas especializadas na produção comercial de microverdes. Cada um ajusta sua forma de produção e operação de acordo com as especificidades locais, conforme as demandas de mercado e diferentes sistemas produtivos (em hidroponia, em floating, em bancadas, em container, etc). Inúmeras são as formas de agregar valor ao produto e buscar diferenciação neste mercado.
Conversamos com a Deborah Rosaline Orr, proprietária da D.R.O Ervas e Flores, que produz microverdes desde 2001. Ela nos contou que adotaram o sistema de rastreabilidade dos seus produtos, por conta da Certificação Orgânica, há dez anos. Ficamos curiosos e perguntamos mais sobre o processo de rastreabilidade e suas rotinas no dia-a-dia.
Como funcionam as operações na rotina?
“Ao semear as bandejas, já identificamos imediatamente cada lote. A partir daí o lote acompanha o processo todo até a embalagem. Após serem semeadas e terem o seu lote designado, elas vão para a estufa na área de berçário até germinarem. Depois que acontece a germinação, são levadas para uma área com maior incidência solar e com irrigação diferente (volume de água, aspersores, bicos, etc). Lá elas ficarão até o final do ciclo e até a sua colheita.
Após colhidas são higienizadas e embaladas, e então seus lotes são incluídos nas etiquetas. Nosso sistema de rastreabilidade gera um código e as informações são inseridas nas etiquetas via QR code.”
Débora nos conta também que a colheita é feita na primeira hora da manhã, pois assim há preservação das estruturas dos microverdes e preservado ao máximo seu aspecto visual, crocância e demais propriedades.
É necessário algum tipo de pessoal especializado?
Semeamos em média 250 bandejas por dia, e para isto, temos dois funcionários que atendem exclusivamente às operações de rastreabilidade dos nossos produtos.
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Os microverdes também são uma opção de cultivo para períodos de entre-safra, devido a sua rapidez no cultivo. Podem ocupar espaços livres das estufas, diversificando a oferta de hortaliças com um produto diferenciado, que propicia estabilidade no preço de comercialização.
Se você quer conferir mais sobre a produção e aprender sobre substratos, sistemas de irrigação, iluminação artificial, sanitização das instalações e sementes, assim como outros detalhes técnicos da produção, clique aqui.
Na semana que vem a segunda matéria da coprodução trará um conteúdo especial sobre tomates e seus diferentes pontos de colheita.