As florestas plantadas cobrem 264 milhões de hectares e sua expansão é da ordem de cinco milhões de hectares por ano, em média, segundo dados da FAO (2014). Várias estimativas indicam que elas provêm entre 1/3 e 2/3 da demanda global de madeira em tora para fins industriais.
No Brasil, verifica-se tendência semelhante. O país possui uma das maiores áreas florestais do globo, com 463 milhões de hectares, ou 54,4% da área do país (SFB, 2013). Destes, sete milhões de hectares correspondem a florestas plantadas (menos de 1% da área do país).
Essa pequena área relativa é capaz de suprir quase 90% do total da oferta de madeira em tora industrial, 81,5% do carvão vegetal e 62,3% da lenha produzida internamente.
Se considerarmos as exportações do agronegócio em 2014, os produtos florestais estão entre os quatro mais importantes, com 10% do valor total, atrás apenas dos complexos soja (31%), carne (17%) e sucroalcooleiro (14%). Vale ressaltar que o agronegócio brasileiro respondeu por 41% do total das exportações brasileiras em 2013, chegando a quase US$ 100 bilhões.
Essa realidade é explicada por vários fatores. Dentre os principais, podemos destacar:
“¢ Alta produtividade das espécies florestais plantadasno país, fruto de mais de um século de investimentosde florestas plantadas no Brasil, 2002/12, em pesquisa e desenvolvimento em melhoramento genético pelo governo, academia e setor privado.
 “¢ Maior conscientização da sociedade com relação ao meio ambiente, com aumento das restrições socioambientais.
“¢ Demanda por maior disponibilidade de produtos florestais com melhores padrões de qualidade, como é o caso dos segmentos de celulose & papel, painéis reconstituÃdos e siderurgia a carvão vegetal.
“¢ Redução da produção de matéria-prima florestal de origem nativa na Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e também na Amazônia, sendo nessa última a lenha estimada em 50% (SFB & IMAZON, 2010).
“¢ Licenciamento ambiental simplificado.
Relevância socioambiental
Em fóruns internacionais houve uma evolução significativa do entendimento dos benefícios que as florestas plantadas prestam à sociedade, principalmente no que tange à complementaridade e garantia de renda para produtores rurais, bem como à sua contribuição para minimizar impactos do aquecimento global e contribuir para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
O maior crescimento do mercado de energia da madeira e de biocombustÃveis em geral guarda forte relação com uma maior adoção de metas de redução de emissão de CO2 por países desenvolvidos e em desenvolvimento.
As florestas plantadas são fontes alternativas à matéria-prima oriunda de desmatamentos ilegais, auxiliando, desta forma, na redução das emissões de GEE decorrentes do desflorestamento, que representa cerca de 25% das emissões mundiais.
Estudos indicam que as florestas plantadas na Terra sequestram cerca de 1,5gigatons de emissões de dióxido de carbono equivalente por ano.
O Brasil estabeleceu, em 2009, compromisso nacional voluntário, previsto em lei, para reduzir o total de emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) entre 1.168 milhão e 1.259 milhão de CO2eq. As florestas plantadas são elementos importantes nessa estratégia, pois estão incluÃdas diretamente em três planos setoriais (Planos ABC, Siderurgia e Indústria/Celulose & Papel).
Florestas plantadas são, por sua natureza, sumidouros naturais de carbono, tanto na fase de crescimento das florestas quanto nos produtos com origem na madeira.
Essa matéria você encontra na edição de abril/maio da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira a sua.