Produção de tomate hidropônico em vaso

Produção de tomate hidropônico em vaso

 

João Ricardo Rodrigues da Silva

Engenheiro agrônomo – ICIAG-UFU

joaoragr@hotmail.com

Ernane Miranda Lemes

Engenheiro agrônomo, fitopatologista e doutor em Produção Vegetal

ernanelemes@yahoo.com.br

Diego Tolentino de Lima

diegotolentino10@hotmail.com

Daniel Lucas Magalhães Machado

danielmagalhaes_agro@yahoo.com.br

Engenheiro agrônomo e doutorando em Produção Vegetal – ICIAG-UFU

Créditos Shutterstock
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O tomate é, sem dúvida, uma das hortaliças de maior importância econômica. Presente quase que diariamente na mesa dos brasileiros, a cultura do tomateiro também chama a atenção dos produtores pela elevada produtividade e possibilidade de se obter altos lucros, por ser um fruto de alto valor agregado.

Porém, assim como outras hortaliças, há uma grande flutuação de preço durante o ano, ditada pela oferta do fruto no mercado. E isso se torna um desafio para os produtores que encaram a cultura.

Mercado

O período de janeiro a junho tende a apresentar um preço bem maior que a média anual do fruto, uma vez que as chuvas constantes do verão aumentam significativamente a incidência de doenças causadas por fungos e bactérias nas plantas a campo.

Além disso, as populações de insetos-praga e vetores de doenças também são maiores, já que nesses meses o ciclo de vida dos insetos costuma ser mais curto devido à elevada temperatura.

Com essas dificuldades, é natural que ocorra uma expressiva queda na produtividade, que por sua vez acarreta em uma menor oferta e aumento do preço de venda.

Cultivo em vasos

Sendo assim, produtores que investem no cultivo em ambiente protegido ganham espaço ao conseguir abastecer o mercado em épocas de comum desabastecimento, obtendo bons preços de venda. Neste sentido, uma técnica tem mostrado excelente desempenho: a produção de tomate hidropônico em vaso (comumente chamado de cultivo semi-hidropônico).

A técnica consiste na produção em vasos individualizados por planta, fertirrigados com solução nutritiva e alocados em estufas com características específicas para o cultivo do tomate.

O sucesso dessa técnica se baseia na junção dos benefícios proporcionados pelo cultivo protegido com os da hidroponia, alicerçados por materiais genéticos mais produtivos e de maior valor agregado.

Benefícios

Créditos Shutterstock
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A interferência climática é um dos principais fatores que dificulta o desenvolvimento da cultura. Com o cultivo em estufa, pode-se controlar fatores como umidade, temperatura e ventos, criando-se um microclima ideal ” ou o mais próximo disso ” para a condução das plantas e sua proteção contra intempéries que ocorrem comumente a campo.

É indicado que a estufa tenha pé direito alto (de quatro a seis metros), telas refletoras para manejo da luminosidade, filme agrícola limpo e de qualidade, e que seja provida de alguns equipamentos (o que vai depender da estufa escolhida e da localidade), para regulação das condições microclimáticas dentro da estufa, como ventiladores, nebulizadores, lanternim, dentre outros.

A temperatura deverá ficar em torno de 30°C, e a estufa deve ter boa ventilação.

Fitossanidade

Como se trata de um ambiente fechado, a ocorrência de pragas é muito pequena e de mais fácil controle, comparada ao cultivo convencional. Os patógenos também ocorrem em menor incidência, mas é necessário que seja feito um monitoramento constante a fim de não deixar a situação fugir do controle, uma vez que o ambiente é mais favorável à reprodução e disseminação dos patógenos e de insetos.

Um dos aspectos chave do sistema é o controle da nutrição da planta. A solução nutritiva fertirrigada é balanceada e fornece todos os nutrientes disponíveis à planta, com especificidades para fases fenológicas diferentes da planta.

No desenvolvimento vegetativo, a condutividade elétrica da solução nutritiva é menor, e na fase reprodutiva condutividades mais elevadas ajudam a aumentar o peso e a qualidade dos frutos.

Um dos grandes benefícios do cultivo em vaso é de se fornecer à planta um substrato totalmente inerte e livre de microrganismos. Sendo assim, a planta terá uma adubação equilibrada, e no que depender do substrato, não sofrerá com o ataque de fitopatógenos de solo, como fungos, bactérias e nematoides, que tanto prejudicam o desenvolvimento do tomateiro.

Substrato ideal

O substrato deve ter boa capacidade de retenção de água, boa aeração, baixa salinidade, ser facilmente disponível no mercado e ter baixo custo.

Areia, fibra de coco e diversas misturas comerciais são exemplos de substratos utilizados. Se o sistema for bem manejado há, inclusive, a possibilidade de se reaproveitar o substrato em ciclos subsequentes, mas a troca do mesmo representa a segurança de se cultivar em substrato livre de contaminação microbiológica e com acúmulo de sais não absorvidos.

As mudas

A escolha das mudas é fundamental para o desempenho do cultivo. Como no campo, tem-se a possibilidade de trabalhar com mudas enxertadas, mudas de uma, duas, três ou quatro hastes.

Porém, nota-se que plantas com um menor número de hastes produzem frutos maiores e de maior peso, sendo assim preferidas pelos produtores que buscam no sistema produzir frutos mais pesados e de maior qualidade, aumentando o valor agregado do produto final. Deve-se ressaltar a importância de se optar por materiais de alto potencial genético e de boa aceitabilidade no mercado, o que pode variar de região para região.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de junho 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

Fonte: https://revistacampoenegocios.com.br