Os tomates cultivados por Bruno Dalle Luche são um pouco
diferentes daqueles que encontramos na feira e nos mercados. As plantas estão
bem carregadas e cada uma tem pelo menos oito quilos de tomate grape, que são
bem menores que os tradicionais.
São mil plantas em uma área de 1.500 metros quadrados.
Quando amadurecem, os tomates ficam marrons e é por causa disso que são
chamados de tomates chocolate. A colheita dura cerca de oito meses.
Das 14 estufas do produtor, duas receberam sementes que
vieram de Israel. Elas se adaptaram ao solo e ao clima do município. Os
plásticos e a irrigação ajudaram a regular a temperatura.
O manejo dá mais trabalho que no sistema convencional. A
retirada das folhas e o crescimento dos pés de tomate grape precisam ser
acompanhados com frequência para garantir a qualidade do fruto. Bruno explica
que os tomates são mais sensíveis e suscetíveis a doenças.
A embalagem com 180 gramas de tomate chocolate é vendida por
R$ 3 para restaurantes da região, buffets
e um distribuidor na capital paulista. O retorno é, em média, 30% a mais que o
obtido com outras variedades.
O produtor Abedias Camargo de Oliveira está apostando no
tomate tigre, uma outra variedade do grape gourmet. A colheita começa em julho,
quando o tomate ainda apresenta um tom mais verde. Depois de alguns dias, ao
ocupar as prateleiras de mercados de todo o Brasil, ele vai atingir a
tonalidade ideal, que é a marrom. Uma outra diferença é que ele é mais
resistente que os outros.
São dois mil pés, todos orgânicos. A expectativa é colher de
cinco a seis quilos por planta nos próximos meses. Uma vantagem está no preço.
Se o tomate salada é vendido pelo produtor a R$ 3,50, o tigre sai por R$ 4,50.
Abedias está na segunda safra e animado com o investimento.