Resultados da adubação potássica + extrato de algas em rúcula

Resultados da adubação potássica + extrato de algas em rúcula

Nilva Teresinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

Entre as hortaliças de folhas a alface é a mais consumida no nosso país. Entretanto, a rúcula é uma folhosa que vem conquistando o mercado brasileiro. Trata-se de planta herbácea de rápido crescimento e de sabor peculiar, com popularidade crescente.

O potássio

Entre os nutrientes utilizados pela rúcula, são retiradas expressivas quantidades de potássio do solo, que é o elemento mais extraído por ela. Sabe-se que o potássio é absorvido pelas plantas na forma catiônica e se mobiliza rapidamente. Quando ocorre deficiência, os sintomas ocorrem nas folhas mais velhas.

O potássio exerce inúmeras funções nos vegetais, destacando-se:

Ãœ É ativador de inúmeras enzimas ” com destaque para as que trabalham na cadeia respiratória;

Ãœ Participa no aproveitamento da água pelas plantas;

Ãœ Participa do processo fotossintético e da abertura dos estômatos;

Ãœ Beneficia a resistência das plantas às pragas, doenças, falta de água, geadas e ao acamamento;

Ãœ Participa no transporte de açúcares nas plantas;

Ãœ Atua no aproveitamento do nitrogênio e fósforo pelas plantas.

Pesquisas

Em Espírito Santo do Pinhal (SP), no UniPinhal, em trabalho conduzido na solução nutritiva observou-se que a falta de potássio em rúcula caracteriza-se inicialmente por amarelecimento nas pontas e margens das folhas mais velhas, com evolução para necrose.Com o tempo os sintomas se estendem pra as partes mais novas das plantas.

Observações da literatura mostram que a folhosa é responsiva ao potássio. Há referências de que a produção de rúcula é favorecida por adubações com 40 a 120 kg ha-1 de K2O e cobertura 30 a 50 kg ha-1 de K2O, parcelando em duas a três aplicações durante o ciclo.

As algas

As algas marinhas são organismos vegetais, unicelulares ou pluricelulares, que fazem fotossíntese. Os extratos de algas contêm altas proporções de sais minerais, dentre eles macro e micronutrientes de plantas. São fontes de vitaminas, glicoproteínas, como o alginato, de aminoácidos, que podem funcionar como bioestimulantes vegetais, e, ainda, de estimulantes naturais, como: auxinas (hormônios do crescimento que governam a divisão celular), giberelina e citocinina.

Assim, a inclusão de algas marinhas nos plantios promove o estímulo da divisão celular, o que favorece a formação das raízes. Ainda tem que ser lembrado que os compostos presentes nos extratos de algas estimulam a formação da clorofila e, por consequência, a própria fotossíntese, que é a fonte de toda a estrutura da planta.

A partir dos açúcares formados na fotossíntese se originam todos os demais componentes das plantas (proteínas, óleos, etc.). Também, substâncias presentes nas algas marinhas beneficiam o Ciclo de Krebs, que é o centro do metabolismo vegetal.

Resultados das algas + potássio na rúcula

A associação de algas marinhas com nutrientes minerais, como o potássio, pode melhorar a absorção dos mesmos e seu aproveitamento dentro das plantas. No curso de Engenharia Agronômica do UniPinhal, a equipe de estagiários de Nutrição de Plantas estudou a influência da adubação foliar com potássio associada a extratos de algas (Ascophylumnodosum) na produtividade da rúcula cultivada em canteiros sob estufa.

O ensaio foi instalado em delineamento estatístico em blocos casualisados, com 10 repetições. Cada parcela constou de seis plantas, sendo duas avaliadas Os tratamentos foram três: controle, adubação com 0,2% de cloreto de potássio (60% de K2O) e 0,2% de formulado potássio e algas (5,30% de K2O solúvel em água e 6% de carbono orgânico total.

Os fertilizantes foram aplicados em pulverização semanal. Anotou-se, por ocasião da colheita, a massa fresca da parte aérea e o número de folhas.

A figura 1 mostra que o uso do potássio, nas condições experimentais, aumentou a produção. Porém, ao se comparar as duas fontes empregadas, pode-se observar que a inclusão das algas foi significativamente superior, promovendo acréscimo de massa ao redor de 20%.

Gráfico 1

Figura 1 ” Massa fresca de parte aérea (g planta-1) e número de folhas planta-1. Médias de 10 repetições. Médias seguidas das mesmas letras, dentro do mesmo item avaliado, são iguais por Tukey a 5%.

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

Fonte: https://revistacampoenegocios.com.br