Givago Coutinho
Doutor em Fruticultura e professor efetivo do Centro Universitário de Goiatuba (UniCerrado)
givago_agro@hotmail.com
Herick Fernando de Jesus Silva
Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia/UFU
herickfernando@gmail.com
O tomateiro (Lycopersicumesculentum Mill.) é uma planta de ciclo perene, entretanto, é cultivada de forma anual, possui porte arbustivo e é pertencente à família Solanaceae.
Segundo o IBGE, foram produzidas 4.373.047 toneladas do fruto na safra 2017, sendo que a estimativa para a produção na safra seguinte (2018) foi de 4.526.369 toneladas, o que promoveu um acréscimo de 3,5% entre as duas safras.
Contudo, esse aumento nos faz atentar para a importância desta hortaliça na mesa dos brasileiros, pois ela se encontra entre as seis espécies de olerícolas mais produzidas no País, juntamente com a batata, melancia, alface, cebola e cenoura.
Neste contexto, surgiu uma nova modalidade de cultivo que tem se destacado em produtividade devido aos benefícios que apresenta: o cultivo em ambiente protegido, o que vai de encontro o controle de pragas e doenças, além de favorecer os fatores ambientais adequados ao bom desenvolvimento das plantas.
Assim, novos elementos de cultivo tornam-se imprescindÃveis no manejo e devem ser observados criteriosamente, visando potencializar a produção de qualidade e com baixo custo. Notadamente, um dos mais importantes vem a ser o substrato, ou seja, aquele elemento que substitui o solo no desenvolvimento da planta.
A composição dos substratos constitui um fator de grande importância no cultivo de plantas de interesse, desde a produção de mudas até a fase de produção. Etapas como a germinação de sementes, a iniciação radicular e o enraizamento estão diretamente ligados às características químicas, físicas e biológicas do substrato.
Assim, é essencial o conhecimento acerca do substrato ideal, para a escolha acertada e redução de riscos em todo o processo produtivo.
Cuidados
No cultivo protegido, um dos principais cuidados a serem tomados é o manejo da irrigação. A mesma deve ser feita de forma controlada, preferencialmente por microaspersão ou nebulização aérea, mantendo o substrato sempre úmido.
O bom substrato deve ser capaz de reter boa parte da umidade proveniente da irrigação e disponibilizá-la às plantas. Deve apresentar boa porosidade também. Além disso, a entrada de patógenos no sistema produtivo pode se dar via substrato, sendo muito importante evitar a incidência dos mesmos na área de cultivo, optando por adquirir substrato de qualidade e de comerciantes idôneos. Esta constitui a maneira mais simples de se prevenir doenças.
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Substrato de qualidade
Em geral, o substrato pode ser adquirido já em formulações prontas no comércio ou mesmo ser preparado pelo próprio produtor. Entretanto, o substrato de qualidade deve apresentar algumas características que são consideradas essenciais, como:
Ì Baixa densidade;
ÃŒ Boa aeração;
ÃŒ Elevada capacidade de retenção de água;
Ì Boa drenagem;
ÃŒ Não estar contaminado por patógenos;
Ì Ser isento de sementes de plantas daninhas;
ÃŒ Ser neutro e não apresentar salinidade, alcalinidade ou acidez;
ÃŒ Não conter substâncias tóxicas;
ÃŒ Manter estabilidade em suas propriedades ou na qualidade, mesmo após passar pelo processo de esterilização;
Ì Uniformidade;
Ì Leveza;
Ì Disponibilidade e facilidade de compra;
ÃŒ Capacidade de armazenamento por longos períodos, mantendo a qualidade;
Ì Baixo custo.
Detalhes que fazem a diferença
O preparo do substrato é fundamental e atualmente é crescente a procura por materiais alternativos, que até então não apresentam empregabilidade em outros fins, para utilização no cultivo de mudas e plantas.
Estes materiais, sobretudo, devem ser de fácil obtenção, seu uso não deve apresentar riscos ao meio ambiente, devem apresentar estabilidade estrutural, período elevado de decomposição, além dos já citados: homogeneidade e baixo custo.
Devem apresentar também características físicas, químicas e biológicas compatÃveis com a espécie a ser cultivada, pois as características físicas e químicas auxiliam no manejo correto da irrigação, além de facilitar na definição da mistura de componentes a serem empregados e na recomendação de adubações e/ou fertirrigações.
Tendência
A técnica do cultivo em substrato tem se difundido por permitir melhor aproveitamento dos nutrientes, maior produtividade e melhoria da qualidade do tomateiro, além de facilitar a execução dos tratos culturais.
O cultivo em substrato é também efetivo na proteção da cultura contra patógenos de solo, e apesar de apresentar custo mais elevado e exigir maior nível tecnológico, tem atraÃdo produtores de todo o Brasil.
Função
A principal função do substrato é fornecer suporte ao desenvolvimento da planta, pois é nele que ocorrerá a fixação de raízes, bem como a nutrição. Ele é também responsável por reter o líquido que disponibilizará os nutrientes às plantas.
Dessa forma, é essencial que apresente elevada capacidade de retenção de água, tornando-a facilmente disponível, além de favorecer a distribuição das partículas de tal modo a manter a aeração do sistema para que as raízes não sejam submetidas a baixos níveis de oxigênio, o que compromete o desenvolvimento da cultura.
Essa matéria completa você encontra na edição de setembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.
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