Dentro das estufas, é possível utilizar as mais diversas tecnologias, auxiliando o controle das variáveis desejadas. Não basta, obviamente, fechar a planta em um ambiente e esperar que dê tudo certo. É preciso, portanto, fazer o controle dos fenômenos que interferem no desenvolvimento das plantas.
Com o uso de sensores de umidade do ar, umidade de solo, vento, temperatura do ar, temperatura do solo, condutividade elétrica do solo, é possível ter muito mais informações sobre quais são as condições para o desenvolvimento das plantas.
Ao conhecer, portanto, as variáveis, é possível controlá-las, até certo ponto. Pode-se, por exemplo, utilizar métodos de resfriamento em situações de calor extremo. Em períodos de seca, a irrigação utilizada em um ambiente protegido é mais eficiente que em cultivo aberto.
Caso a umidade do ar seja um problema, é possível utilizar aspersores e diminuir esse gradiente de umidade. Se a umidade do solo estiver baixa, a irrigação localizada é eficiente. Pois essa não sofrerá tanta evaporação quanto em cultivo aberto, poupando assim mais água.
Dentro de um ambiente protegido, mesmo sendo menos suscetível, podem ocorrer pragas e doenças. No entanto essas podem ser rapidamente combatidas com uma quantidade inferior de químicos que em cultivo aberto. Isso ocorre uma vez que a deriva dentro de uma estufa pode ser considerada nula.
Uma estufa deixou de ser, portanto, apenas um local fechado, para se tornar um centro de tecnologia. É por esse motivo que a uniformização de alimentos tem sido cada vez mais comum.
Campo aberto e cultivo protegido
Apesar de parecer contra intuitivo, é muito importante para quem utiliza cultivo protegido, conhecer as variáveis ambientais. Dependendo da previsão do tempo e do comportamento esperado, é possível já se programar em relação às alterações necessárias no ambiente protegido.
A casa de vegetação é um ambiente criado para alterar as condições atmosféricas, no entanto sua capacidade de controle está profundamente ligada ao tempo no local. Isso quer dizer que, a temperatura, por exemplo, pode ser aumentada ou diminuída em relação ao exterior, porém até certo ponto, dependendo da tecnologia utilizada.
Dessa forma, se o exterior apresentar 40ºC, não será possível manter o interior da casa de vegetação a 10ºC ou menos. Essas variações muito grandes de temperatura, apesar de possíveis, representam um investimento muito alto. Por isso apenas em casos muito específicos é justificável.
Cultivo otimizado
Essa mesma lógica é aplicável à maioria das variáveis. A umidade do ar pode ser alterada até certo ponto, logicamente esse parâmetro depende também da temperatura. Uma vez que elevadas temperaturas associadas à alta umidade passam a favorecer o aparecimento de algumas doenças, além da proliferação de fungos.
A ventilação também pode atuar até certo patamar. Senão ela passa a remover água demais do ambiente, influenciando a umidade do ar. No entanto ventilação de menos pode ser muito prejudicial, especialmente em um país como o Brasil.
Ao contrário dos países frios, onde as estufas são montadas para a mínima movimentação do ar, assim diminuindo a troca de calor pelo ar, no Brasil esse efeito pode ser muito ruim. É dessa forma pois dias quentes podem tornar a temperatura interna de um ambiente protegido problemática, aumentando drasticamente a evapotranspiração das plantas.
A soma de todos esses fatores é muito importante para que o produtor conheça as variações ambientais externas à casa de vegetação. Só assim é possível um planejamento adiantado das condições internas. Com esse planejamento o consumo de energia e insumos se torna ainda mais eficiente dentro do ambiente de cultivo.