Tomate em cultivo protegido

Tomate em cultivo protegido

Dentre as diversas formas de se cultivar produtos
hortícolas, destaca-se o cultivo protegido, o qual possibilita que se tenha a
obtenção de ciclos maiores, principalmente por haver a proteção da incidência
direta da chuva em épocas de grande precipitação pluviométrica. O cultivo em
ambiente protegido pode ser realizado no solo ou em sistemas hidropônicos, com
ou sem a utilização de substratos.

O uso de materiais e subprodutos locais provenientes de
agroindústrias e serrarias pode ser uma alternativa econômica e viável para o
produtor preparar e até produzir seu próprio substrato, seja na forma simples
ou composta. A fibra de coco tem sido utilizada em várias regiões como
substratos em áreas com cultivo protegido e apresenta características físicas
muito favoráveis.

O carvão é um material que tem sido estudado como
condicionador do solo e, embora quase não apresente nutrientes para
disponibilizar às plantas, tem o potencial de aumentar a capacidade de troca
catiônica (CTC) do solo e de melhorar a retenção de água. O esterco bovino é
outro material muito utilizado na agricultura brasileira e apresenta a vantagem
de disponibilizar macro e micronutrientes às plantas, e ainda melhorar a
capacidade de troca de cátions (CTC) do solo (Junior, 2012).

O
tomate

O tomateiro é uma cultura exigente com relação aos
nutrientes. Para que se faça o manejo correto é necessário fazer uma coleta de
solo, para que assim seja realizada uma análise de solo, e após isso fazer a
recomendação necessária para o melhor desenvolvimento da planta, visto que o
manejo incorreto é um dos principais motivos de baixa produtividade em cultivo
protegido.

Deve ser realizado o preparo de área com o revolvimento da
terra em camadas de 25 a 30 cm, de acordo com os resultados da análise de solo,
para fazer as correções mediante a necessidade, como a calagem, adubação
orgânica ou mineral, dentre outras.

Indicações
para estufas

A adubação em cultivos protegidos deve ser recomendada
conforme os resultados da análise de solo, tipo de solo, o sistema que será
utilizado para condução, método de irrigação, variedade escolhida, dentre
outros fatores.

Dentre os diversos fertilizantes existentes, os mais usados
e necessários para o cultivo do tomateiro são nitrogênio, fósforo e potássio,
pois irão atuar diretamente no crescimento da planta, sendo estes essenciais
desde os primeiros estádios vegetativos do tomateiro, onde a falta de algum
pode acarretar o retardamento do crescimento da planta, ocasionando lesões  nas folhas e diminuindo a taxa fotossintética
da planta.

Outro nutriente essencial é o cálcio, que irá atuar
diretamente nos frutos. A deficiência deste provoca flacidez nos tecidos do
fruto, que podem evoluir até para um apodrecimento. Além deste, também pode se
observar a grande necessidade da planta por magnésio, enxofre, boro, molibdênio
e zinco, sendo que na falta de um destes, os principais sintomas irão ocorrer
nas folhas, o que, consequentemente, prejudicará o desenvolvimento da planta, o
que resulta em queda de produtividade, pois a planta estará em déficit
nutricional e não se desenvolverá satisfatoriamente.

Doses
recomendadas

A adubação deve ser realizada de forma parcelada, para que
se melhore a absorção dos nutrientes. Sendo assim, é recomendado fazer a
adubação mineral em pré-plantio, com as seguintes dosagens: nitrogênio 60 – 80
kg.ha-1, fósforo 300 – 900 kg.ha-1,
potássio 100 – 300 kg.ha-1, enxofre 20 – 40 kg.ha-1,
boro 1,5 – 2,5 kg.ha-1, manganês 1,0 – 2,0 kg.ha-1,
cobre 2,0 – 4,0 kg.ha-1, zinco 3,0 – 5,0 kg.ha-1,
em que as dosagens podem ser aplicadas de oito a 15 dias antes do transplantio
das mudas.

A adubação de cobertura pode ser parcelada de acordo com o
ciclo da cultura, realizando uma aplicação a cada 10 dias, com N-P-K, nas
dosagens de nitrogênio 200 – 400 kg.ha-1, fósforo 100 – 200 kg.ha-1
e potássio 200 – 400 kg.ha-1.

As adubações de correções, no decorrer do plantio, devem ser
realizadas conforme a análise foliar e visual. Assim que se observar a carência
de algum nutriente deve se comprovar o déficit e fazer a adubação corretiva
necessária imediatamente, para que não comprometa o desenvolvimento do plantio.

Fique
atento

O tomateiro é uma planta de clima moderado – sua faixa de
temperatura varia de 16 a 29°C, sendo recomendadas as noturnas em média de
18°C, e as diurnas ao redor de 25°C. A umidade deve ser mantida entre 50 a 70%.
No cultivo protegido este é um fator que deve ser controlado, para que se
mantenha a temperatura e a umidade próxima das condições ideais para um bom
desenvolvimento da planta, visto que umidades muito elevadas podem favorecer o
aparecimento de doenças.

O plantio deve ser realizado preferencialmente em épocas de
pouca precipitação pluvial e baixa umidade relativa do ar. Outro fator que deve
se considerar é a época de melhores preços da cultura, para que assim a
colheita coincida com as cotações mais elevadas do produto e se tenha uma menor
oferta, para que os lucros sejam maiores.

Fonte: https://revistacampoenegocios.com.br