O nome transgênico é cercado de polêmicas, mesmo que muita gente não saiba do que se trata. São alimentos modificados a partir do seu código genético, onde são inseridos ou retirados genes de outro produto, que pode ser igual ou de espécies diferentes. O processo também pode ser feito em animais e microorganismos.
O procedimento está em franca expansão e o Brasil já tem a segunda maior área de transgênicos do mundo e é o que possui maior evolução anualmente. Com 23% da produção mundial, só perde para os EUA. Sua produção vem reduzindo consideravelmente a emissão de dióxido de carbono.
Mas, afinal, o que é um transgênico?
A engenharia genética é um dos ramos da ciência que mais vem inovando e surpreendendo, especialmente a partir da descoberta da possibilidade de manipular e alterar o DNA de seres vivos. O foco era potencializar e criar características que pudesse ajudar a se tornar mais resistente em situações adversas.
Logo surgiram diferentes técnicas como recombinação de espécies diferentes, fusão celular, manipulação de DNA, hibridizações entre outras. Os primeiros estudos de transgênicos surgiram em 1972, após a descoberta do comportamento da bactéria Agrbacterium timafasciens. Diferente em ciclo das demais e que causava uma doença grave nas plantações. Ela se insere em seus genes e produz um tipo de tumor que é alimento para que a bactéria sobreviva e se reproduza, mas que era fatal para a planta.
A transgenia natural da bactéria com a planta foi o principal alicerce para que fossem iniciados os primeiros estudos para a produção comercial de insulina. Genes do hormônio produzido pelo pâncreas foi inserido em bactérias para que elas passassem a produzir a substância. Como não havia contato direto com o homem, e se tornou uma medicação para diabéticos, ainda não foi iniciada a polêmica.
Com a técnica iniciada, cientistas passaram a desenvolver a divisão genética para combater ataques de pragas em culturas agrícolas, que moviam fortunas em agrotóxicos e estudos para sua erradicação. Com os resultados bem-sucedidos que promoveram a redução ou o extermínio dessas pragas, a transgenia começou finalmente a se destacar.
O transgênico não se limita a produção de alimentos, ela também abrange a produção de remédios, ativos químicos, reagentes para indústrias, produção de enzimas, industrialização de alimentos e bebidas e promete ampliar suas possibilidades.
Benefícios e riscos dos alimentos transgênicos
Para melhor compreensão, os organismos geneticamente modificados são qualquer um que teve material genético modificado através de técnicas de engenharia química. Já os transgênicos são os que recebem gene de um ou mais espécies para alterar seu DNA. É possível que num mesmo alimento possa ter ambas as técnicas, o que vem sendo muito utilizado na agricultura.
A proposta é criar alimentos mais resistentes às pragas, doenças e mudanças climáticas, com os quais se evite usar os agrotóxicos, deixando-os mais saborosos, nutritivos e até maiores. Dessa forma a colheita pode ser melhor aproveitada e se diminui os custos com as antigas perdas. No Brasil, os alimentos transgênicos mais produzidos são a soja, o milho e o algodão.
O principal argumento de produtores agrícolas e indústrias alimentícias é que com a maior qualidade no plantio e menos desperdício, é possível combater a fome mundial. Já os críticos alegam que ainda não existem estudos conclusivos sobre as consequências do transgênico no corpo humano e para o meio ambiente. A perda da biodiversidade natural pode até mesmo estimular o surgimento de superpragas.
Em conclusão, com toda essa polêmica sobre os alimentos transgênicos, mais pessoas estão procurando informação e optando pela alimentação orgânica livre de experimentos genéticos e agrotóxicos. É notável que há uma diferença de preços no mercado entre ambos, porém, uma das saídas são as hortas caseiras que possibilitam se não a total libertação de alimentos transgênicos: uma parcial segurança da qualidade do que está sendo consumido.